Vale a pena manter sua grana no FGTS? - Notícias Concursos

Vale a pena manter sua grana no FGTS?

Conheça o rendimento do FGTS

Em 2020, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) introduziu novas modalidades de saque, além da tradicional retirada em caso de demissão sem justa causa. Entre elas, o saque emergencial, que permite a qualquer trabalhador com conta ativa no FGTS retirar até R$ 1.045, e o saque-aniversário, que possibilita a retirada de um valor anual no mês de nascimento.

Com essas novas opções, trabalhadores em diferentes situações financeiras têm acesso a esses recursos. No entanto, a melhor maneira de utilizar esse dinheiro – guardá-lo, investi-lo ou quitar dívidas – depende das circunstâncias individuais. Todavia, se o dinheiro ficar na conta do FGTS, é vantajoso, qual seu rendimento?

Construindo uma Reserva de Emergência com o FGTS

Para aqueles que não têm dívidas ou conseguem não gastar todo o FGTS com elas, vale a pena considerar usar esse dinheiro para iniciar ou aumentar uma reserva de emergência – um fundo separado para imprevistos, como desemprego, emergências de saúde, entre outros.

No entanto, é importante não deixar esse dinheiro parado em uma conta corrente, onde não renderá juros. Em vez disso, opte por contas que ofereçam ganhos maiores, mas com liquidez diária ou imediata, permitindo que você acesse seu dinheiro quando precisar, sem perder os rendimentos.

Investindo o Valor do FGTS

Se você não tem dívidas e já possui uma reserva de emergência sólida, investir o valor sacado do FGTS pode ser uma opção atraente. No entanto, é crucial avaliar se vale a pena retirar o dinheiro do FGTS e colocá-lo em um investimento que ofereça retornos mais altos e maior acessibilidade.

Atualmente, os valores parados no Fundo de Garantia rendem 4,90% ao ano, mas sem liquidez – ou seja, esse dinheiro está rendendo, mas o trabalhador só pode acessá-lo em situações muito específicas.

Existem diversos tipos de investimentos disponíveis, cada um com seus próprios riscos, rendimentos e prazos. Basicamente, eles se dividem em dois tipos principais:

  • Renda Fixa: Na renda fixa, a rentabilidade da aplicação é determinada desde o início, oferecendo mais clareza sobre quanto o dinheiro irá render. Tesouro Direto, CDBs e LCAs são alguns dos investimentos de renda fixa mais conhecidos. Eles podem ser:
    • Prefixados – Nos quais é possível saber exatamente qual será o retorno no fim da aplicação, por exemplo, 6% ao ano.
    • Pós-fixados – Nesses casos, o rendimento é atrelado a algum índice da economia e varia de acordo com suas oscilações. Por exemplo, um rendimento de 100% do CDI. Nesse cenário, a pessoa sabe que seu dinheiro vai render conforme um indicador específico, mas o valor muda sempre que o CDI for alterado.
  • Renda Variável: Os investimentos de renda variável têm taxas de retorno que se alteram constantemente. Ou seja, a rentabilidade muda o tempo todo, o que significa que os riscos são maiores. Nesse caso, o retorno tende a ser maior, mas a possibilidade de perder também aumenta.

Não há uma resposta única para o melhor uso do FGTS. As dicas acima podem servir como um guia, mas cada um deve analisar sua situação financeira atual para tomar a decisão mais acertada.

Rendimento do dinheiro aplicado no FGTS| Agência Brasil
Rendimento do dinheiro aplicado no FGTS| Agência Brasil

Compreendendo a Remuneração do FGTS

De acordo com a decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF), o FGTS precisa ser corrigido, pelo menos, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice oficial de inflação, para não perder valor em relação ao reajuste de preços da economia.

Atualmente, a remuneração do FGTS é de 3% ao ano mais a Taxa Referencial (TR), que tem ficado em torno de 1% ao ano, além da distribuição de lucros do fundo, determinada uma vez por ano. No entanto, essa remuneração ainda é inferior à da poupança, que remunera 6,17% ao ano mais TR.

Quando comparada a investimentos mais rentáveis e de baixo risco, como os títulos do Tesouro, que estão remunerando atualmente a correção do IPCA mais 6,5% ao ano, a perda de valor dos recursos depositados no FGTS se torna ainda mais evidente.

Avaliando os Custos de Oportunidade

Muitos trabalhadores que têm seus salários deduzidos em 8% do valor bruto para contribuir para o FGTS também possuem dívidas com custos (taxas de juros) muito mais altos. Ao comparar as taxas de juros cobradas em empréstimos pessoais e consignados, cheques especiais, cartões de crédito e até mesmo financiamento imobiliário com a remuneração do FGTS, a diferença é significativa.

Para o trabalhador, pode ser muito mais vantajoso ter o salário integral disponível para decidir como utilizá-lo da melhor forma possível, em vez de ter que contribuir para um fundo que remunera mal, trazendo prejuízos para uma classe trabalhadora que não tem muitas oportunidades de renda. Todavia é necessário avaliar qual a melhor opção para sua realidade financeira.

O FGTS oferece opções flexíveis para os trabalhadores, mas a melhor estratégia para utilizar esses recursos depende de uma análise cuidadosa de sua situação financeira individual. Seja para quitar dívidas, construir uma reserva de emergência ou investir, é fundamental considerar os custos de oportunidade e os retornos potenciais.

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