Nesta semana, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, voltou a falar sobre a dificuldade da abertura de um novo concurso público para Ministério da Saúde. As declarações foram dadas em uma participação no UOL Entrevista, sendo entrevistado pelo colunista Teles Faria.
Mandetta deixou a pasta em abril deste ano, em meio à pandemia do novo Coronavírus, após divergir com o presidente da República, Jair Bolsonaro.
“Há muitos anos, o pessoal do planejamento [atual Ministério da Economia] proíbe concurso e atrativo para que a pessoa se dedique à saúde pública no Ministério da Saúde. Temos técnicos com 30, 40 anos de Ministério, que são o que temos de melhor da época que tinham concursos. Depois, temos um número muito grande de bolsistas, que têm vínculos temporários que são renovados e acabam tendo dez, 15 anos de Ministério. A maioria dos bolsistas não tem estabilidade nenhuma. Está ali pelo que produz para o Ministério. Esses são os primeiros a sofrerem quando faz a retirada”, disse Mandetta ao UOL.
Ainda de acordo com o ex-ministro, a retirada destes profissionais, é preciso “colocar gente boa no lugar”.
“No lugar do pessoal de 30, 40 anos, temos substituição de militares de carreira. Estou vendo perder o pessoal de maior experiência e muitos bolsistas. O tempo vai dizer”, acrescentou o ex-ministro.
Em abril, enquanto era ministro, Mandetta já havia reconhecido a necessidade de reposição de novos servidores. Na ocasião, ao analisar o panorama nos hospitais federais do Rio, o então ministro disse que o governo teria que escolher uma forma de repor a mão de obra, sendo por meio de concurso público ou processo seletivo para temporários.
“São hospitais que o Brasil vai ter que decidir: ou vai fazer novamente concurso público ou partir para uma contratação de terceirizados, organizações sociais. Mas, nós teremos que decidir porque naqueles hospitais, a grande maioria da força de trabalho está acima dos 50 anos”, disse Mandetta na época.
Seleção para o Ministério da Saúde foi aberta em maio com mais de 4 mil vagas
Em maio, uma nova seleção foi aberta, deixando de lado a abertura de um novo concurso. Na ocasião, foram abertas 4.117 vagas para os hospitais federais do Rio de Janeiro. Foram oferecidas vagas para cargos dos níveis médio, técnico e superior, com salários de até R$11 mil.
As vagas foram destinadas aos hospitalares federais do Rio de Janeiro: Hospital Federal do Andaraí (HFA); Hospital Federal de Bonsucesso (HFB); Hospital Federal da Lagoa (HFL); Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE); Hospital Federal de Ipanema (HFI); Hospital Federal Cardoso Fontes (HFCF); Instituto Nacional de Cardiologia (INC); Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO); e Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA).