O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelou nesta semana que a maioria dos reajustes salariais superou a inflação no país em dezembro de 2023.
Isso quer dizer que os trabalhadores com carteira assinada tiveram um aumento no seu poder de compra no último mês do ano passado. Esse dado é muito positivo para todos os brasileiros, já que conseguiram ver o seu rendimento mensal crescer, ao menos boa parte deles.
A saber, o Dieese faz uma relação entre os reajustes salariais e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em resumo, o indicador mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país.
Aliás, o INPC é utilizado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS. Em outras palavras, o governo federal se baseia na variação registrada pelo indicador para definir os reajustes no país.
Por isso que o INPC, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é um indicador tão importante para os trabalhadores do Brasil.
Em 2023, o Brasil conseguiu superar as dificuldades e fortaleceu a sua atividade econômica, principalmente no segundo semestre. O Produto Interno Bruto (PIB) do país deverá crescer a um nível semelhante ao observado em 2022, segundo projeções de analistas.
Em suma, a melhora da economia brasileira nos últimos meses de 2023 elevaram o otimismo entre os analistas do mercado financeiro. Além do otimismo com a economia brasileira, os reajustes salariais também animaram os trabalhadores.
As taxas registradas nos meses de 2023 indicaram ganho real do poder de compra dos trabalhadores, refletindo o fortalecimento do mercado de trabalho brasileiro. Aliás, segundo o levantamento, os resultados observados em dezembro foram os seguintes:
A taxa de reajustes acima da inflação foi bastante expressiva em dezembro, refletindo o ganho do poder de compra para a maioria dos trabalhadores. O número indicou o fortalecimento dos reajustes em relação ao mês anterior. Isso porque, em novembro, o percentual havia ficado em 63,0%.
Aliás, a taxa de dezembro dos reajustes que superaram a inflação foi a maior desde julho, quando 86,1% dos reajustes superaram a inflação. Todos os números observados nesse intervalo ficaram abaixo de 80,0%.
A propósito, as taxas mais elevadas de 2023, com os reajustes superando a inflação, foram registradas nos seguintes meses:
Nestes meses, o INPC estava muito baixo ou negativo no país. Por isso que os reajustes superaram a inflação medida pelo indicador.
Já em relação às negociações abaixo da variação acumulada pelo INPC, a taxa de dezembro ficou nula, ou seja, nenhuma negociação ficou abaixo da inflação. Em 2023, esse foi o melhor resultado mensal, seguido por julho (0,8%), junho (1,7%) e maio (2,1%).
A saber, o Dieese compara os dados dos reajustes com a variação acumulada pelo INPC nos últimos 12 meses até dezembro. No ano passado, o indicador oscilou 3,71% em comparação a 2022, e a maioria dos reajustes salariais teve uma alta mais forte que essa variação, resultando em ganho real para o trabalhador.
Quando ocorre o contrário, com os acordos e convenções ficando abaixo da inflação, o trabalhador tem a sua renda reduzida. Isso porque o reajuste salarial não consegue acompanhar o aumento dos preços de produtos e serviços no país.
Já nos casos de reajustes equivalentes ao INPC, os trabalhadores seguem com o mesmo poder de compra. Em síntese, os empregados continuam podendo comprar os itens que tinham condições de adquirir no ano anterior, pelo menos na teoria.
Entretanto, não há possibilidade de aumento do consumo, uma vez que a renda subiu apenas o suficiente para mantê-lo no mesmo patamar do ano anterior.
Entre janeiro e dezembro de 2023, 77,0% dos reajustes salariais superaram o INPC. Isso quer dizer que quase oito em cada dez negociações resultaram em ganho real para o trabalhador, que viu a sua renda crescer no primeiro ano do governo Lula.
Por sua vez, os reajustes que ficaram iguais ao INPC totalizaram 17,3% no período, não representando crescimento nem redução da renda dos trabalhadores.
Portanto, apenas 5,7% das negociações trabalhistas ficaram abaixo do INPC em 2023. O resultado é ótimo para os profissionais e indica o bom momento do mercado de trabalho brasileiro.