Segundo uma pesquisa da NortonLifeLock, fornecedora de soluções de cibersegurança, mais da metade (58%) dos brasileiros entrevistados afirma ter sofrido um ou mais crimes cibernéticos em 2021. Quando perguntados se já foram vítimas de hackers antes de 2021, o índice sobe para 69%. A maior ocorrência é de acesso não autorizado a uma conta online (51%).
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A pesquisa foi conduzida em parceria com o The Harris Poll e destaca o Brasil como terceiro país com mais dispositivos infectados por ameaças entre as 10 regiões pesquisadas. Dentre os 10 países com entrevistados (Austrália, Brasil, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, Nova Zelândia, Reino Unido e Estados Unidos), o Brasil também é o terceiro com mais aparelhos eletrônicos infectados por stalkerware (aplicativos de espionagem) – atrás apenas da Índia e dos EUA.
De acordo com os números da NortonLifeLock, cerca de 71 milhões de brasileiros sofreram crimes cibernéticos nos últimos 12 meses e gastaram mais de 828 milhões de horas tentando resolver os problemas criados (média de 11,6h). A estimativa é que R$ 32 bilhões foram perdidos somente no ano passado (mais da metade das vítimas de crimes cibernéticos do último ano foi impactada financeiramente).
Entre os entrevistados, 37% afirmam que detectaram software malicioso em um computador, rede Wi-Fi, smartphone, tablet, casa inteligente ou outro dispositivo conectado e 10% sabem que suas informações pessoais foram expostas em um vazamento de dados. Outro dado mostra que 71% relatam ter experimentado pessoalmente um vírus de computador e/ou dispositivo móvel. Desses, 40% relatam ter experimentado isso várias vezes.
Brasileiros não sabem o que fazer quanto ao cibercrime
Os resultados da pesquisa mostram que 86% dos brasileiros entrevistados têm muito medo de ter sua identidade roubada, mas a maioria admite que não teria ideia do que fazer se o roubo acontecer. Ao mesmo tempo, 39% estão conformados com o fato que sua identidade será roubada em algum momento, 54% acreditam que estão bem protegidos contra isso e 62% dizem que as medidas que tomam atualmente são suficientes para se proteger.
Mais da metade dos respondentes admite que não sabem como verificar se sua identidade já foi roubada (61%) e que não teria ideia do que fazer nesse caso (57%), enquanto 49% nunca considerou que sua identidade poderia ser roubada e 25% admitem não saber o que é roubo de identidade.
Cerca de um quarto (27%) dos entrevistados relatam ter sofrido roubo de identidade, com 9% impactados apenas no ano passado. Desses, 46% descobriram o roubo por conta própria, mais comumente por meio de documentos e contas bancárias (11%). Por outro lado, 42% foram notificados sobre seu roubo de identidade por uma fonte externa, com 24% dos entrevistados relatando que foram notificados por seu banco ou empresa de cartão de crédito.
Muito comumente, as vítimas tiveram que congelar seu(s) cartão(ões) de crédito (56%), além de perderem muito tempo resolvendo os problemas criados (52%) ou tiveram dinheiro roubado (34%). Além disso, 28% relatam dificuldade para dormir e ter a saúde mental foi impactada negativamente (23%) como resultado do roubo de identidade.
Brasileiros chegam a abrir mão da segurança por conveniência
Pouco mais da metade (52%) dos brasileiros respondentes admitem abrir mão de certos aspectos da segurança online para ter maior conveniência, porém 76% dizem que estão mais alarmados do que nunca com sua proteção. A maioria (88%) afirma estar preocupados com a privacidade dos dados e querem fazer mais para se proteger (92%). No entanto, 46% acham que é impossível fazer isso.
Essa tendência parece mudar. Uma pesquisa recente de outro fornecedor de tecnologia de segurança, a McAfee, realizada com uma série de perguntas no formato “ou isso, ou aquilo”, os consumidores repetidamente escolheram “proteção” em vez de “conveniência”.
Por exemplo, ao serem solicitados a escolher entre conectar-se com outras pessoas de qualquer lugar ou estarem sempre totalmente protegidos, a resposta foi muito favorável a uma proteção forte (65%) ao invés de uma conexão fácil (22%). O mesmo sentimento se estendeu ao trabalho, cuja resposta “reuniões de trabalho que são contínuas e sem falhas” ficou significativamente para trás, com 18%, quando comparada a “reuniões com garantia de segurança”, com 66%.