Quem tem fome tem pressa! Você certamente já ouviu este ditado popular em algum lugar. No Brasil atual, ele é sentido na prática por milhões de cidadãos. Nova pesquisa Datafolha divulgada no final da última semana mostra que a maioria dos usuários do programa Auxílio Brasil costuma usar o saldo do benefício para comprar comida. Esta é a prioridade mais apontada pelas famílias.
Conforme os dados da pesquisa, 76% dos usuários do programa Auxílio Brasil afirma que o uso primordial do dinheiro do benefício precisa servir na compra de comida. Ao mesmo passo, apenas 11% disseram que a prioridade deve ser o pagamento de contas, 6% disseram que o principal uso é com compra de remédios e 2% deram preferência para a liberação do botijão de gás.
A pesquisa também mostrou que quase um quarto de toda a população brasileira recebe diretamente, ou ao menos resida com alguém que recebe, o Auxílio Brasil neste mês de setembro. Esta é uma realidade que atinge 24% da população brasileira. Oficialmente, mais de 20,65 milhões de brasileiros estão aptos ao recebimento do benefício hoje.
O levantamento apontou ainda que entre os meses de agosto e setembro, diminuiu a porcentagem de famílias que consideram que a quantidade de comida disponível em casa é insuficiente. No mês passado, 30% dos usuários disseram que a comida não era suficiente. Em setembro este patamar caiu para a casa dos 27%.
A pesquisa em questão ouviu 6.754 pessoas, entre 20 e 22 de setembro, em 343 municípios de todo o Brasil. O Datafolha explica que a margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança do levantamento é de 95%. O código da pesquisa na Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é é: BR-04180/2022.
Inicialmente, o plano do Governo Federal era pagar um patamar mínimo de R$ 400 por família no Auxílio Brasil. De fato, esta regra chegou a ser seguida entre os meses de dezembro de 2021 e julho de 2022, até que o Congresso Nacional aprovou a PEC dos Benefícios.
Entre outros pontos, este documento liberou R$ 41 bilhões, dos quais R$ 26 bilhões foram destinados ao Auxílio Brasil. Com a liberação da quantia, o Governo Federal conseguiu elevar o valor base dos pagamentos do programa social.
Hoje, todos os mais de 20 milhões de usuários do projeto estão recebendo, no mínimo, R$ 600 por família. Este patamar está sendo pago desde o último mês de agosto, e deverá seguir desta forma até o próximo mês de dezembro.
A dúvida agora é saber se as liberações seguirão com este mesmo patamar a partir de janeiro do próximo ano. Em tese, a PEC dos Benefícios indica que os repasses turbinados devem durar apenas até o final deste ano de 2022.
Corrobora com esta ideia o envio do plano de orçamento pelo Governo Federal no último mês de agosto. O documento, que já está no Congresso, indica que os repasses do benefício podem cair de um patamar de R$ 600 para R$ 405 já a partir do próximo ano.
De todo modo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) vem dizendo que poderá manter o Auxílio de R$ 600 caso seja reeleito este ano. Seja como for, todos os seus principais adversários também fizeram exatamente a mesma promessa.