Máfia que pirateava cursinhos on-line para concurso público é PRESA pela polícia
A quadrilha, conforme informou investigadores, age há mais de 20 anos e já hackeou aulas de concursos públicos das polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF), além de outros na área jurídica.
Na manhã desta terça-feira, 21 de julho, policiais realizaram a Operação Back Hawk com o objetivo de prender a máfia que pirateava cursos preparatórios para concursos públicos em todo o país. Os mandados foram cumpridos em cidades do Rio de Janeiro e Minas Gerais, com mais de 100 policiais na operação, conforme informado pelo site Metrópoles.
De acordo com informações da Polícia, são cumpridos, ao todo, nove mandados de prisão e 19 de busca e apreensão. Um deles é contra um policial militar do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE) da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Um ex-aluno da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), Antônio de Jesus Cabral, de 35 anos, foi preso junto a dois colegas da quadrilha.
Além dele, Lothar Alberto Rossmann, 71 anos, hacker do grupo, também foi detido pelos policiais. Ele era o responsável, segundo informações policiais, de quebrar a criptografia do streaming dos vídeos dos cursos e armazenar em uma nuvem própria para os alunos. As plataformas virtuais eram gerenciadas por Antônio de Jesus.
A quadrilha, conforme informou investigadores, age há mais de 20 anos e já hackeou aulas de concursos públicos das polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF), além de outros na área jurídica. Com o crime, eles já faturaram cerca de R$ 15 milhões e deixaram prejuízo de R$ 65 milhões aos cursos originais.
De acordo com investigações policiais, Antonio usava parentes como “laranjas” do crime. A mãe do policial, por exemplo, tem um pequeno salão de beleza, mas apresentou, conforme relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), movimentação bancária de R$ 1,5 milhão e ganho líquido aproximado de R$ 500 mil em operações de bolsas de valores.
Os criminosos usavam uma empresa fantasma, que ficava em um shopping de luxo na grande São Paulo.
Um dos clientes identificados na operação é do Tribunal de Contas do estado e chegou a utilizar a rede do próprio Tribunal para comprar um curso falsificado da máfia.
Os compradores poderão responder pelo crime de receptação, que tem pena de até 4 anos de prisão. Já os investigados vão responder por lavagem de dinheiro, associação criminosa, furto qualificado e violação de direito autoral.