O saque-aniversário do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) permite ao trabalhador aderente sacar parte do saldo disponível em suas contas todos os anos no mês de seu aniversário. A modalidade foi lançada em abril de 2020 e já atende mais de 21 milhões de trabalhadores. Cerca de R$ 31 bilhões já foram concedidos através da opção.
A modalidade está prevista na Lei nº 13.932/19. Assim, quando o cidadão pretende aderir ao saque-aniversário, ele deve estar ciente de que haverá uma troca de modalidade. Isso porque, o saque rescisão é a opção padrão do FGTS. Desse modo, quando o trabalhador solicita a migração, ele perde o direito de resgatar os valores em caso de demissão sem justa causa.
Neste sentido, quando o trabalhador é dispensando, a empresa só libera a multa rescisória de 40% sobre os valores depositados na vigência do contrato de trabalho. Assim, antes de aderir a modalidade é importante verificar se é vantajosa. Isso porque, é importante ter uma garantia que permanecerá na empresa em que é empregado.
Para aderir a modalidade, é necessário cumprir os seguintes requisitos:
Para aderir a modalidade de saque do FGTS, siga o passo a passo abaixo:
A primeira parcela do saque-aniversário caí no mesmo ano para quem fizer a adesão até o último dia útil do mês do seu aniversário. As trocas após o mês de aniversário garantem o recebimento da parcela a partir do ano seguinte.
Contudo, é importante frisar que caso se arrependa, o trabalhador pode retornar ao saque rescisão do FGTS. No entanto, neste caso, após a solicitação de retorno será necessário aguardar um prazo de 24 meses para que a troca seja efetivada.
O novo ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), informou que fará uma sugestão ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que o saque-aniversário seja encerrado. De antemão a justificativa é “proteger a poupança dos trabalhadores”. Além do risco em aderir a modalidade, o ministro ressalta outras desvantagens.
Segundo ele, em alguns casos o saque-aniversário pode prejudicar o trabalhador, pois acaba desvirtuando o real sentido do FGTS, que é criar uma poupança para amparar o trabalhador em situações necessárias, como no desemprego. Neste sentido, a intenção da pasta é conseguir tirar as possibilidades temporariamente vantajosas.
Todavia, por ora, não há razão para preocupação porque a sugestão ainda deve passar pelos responsáveis. “A manutenção ou não do saque-aniversário do FGTS será objeto de amplo debate junto ao Conselho Curador do FGTS e com as centrais sindicais. A nossa preocupação é com a proteção dos trabalhadores e trabalhadoras em caso de demissão e com a preservação da sua poupança”, disse.
O ex-secretário de Política Econômica do governo Bolsonaro, Adolfo Sachsida, criticou a possibilidade de extinção do saque-aniversário. “O Saque-Aniversário do FGTS corrige importantes distorções do mercado de crédito e de trabalho. Além de tecnicamente correto, o Saque-Aniversário do FGTS já beneficia mais de 30 bilhões de brasileiros, é um erro grosseiro o novo governo querer acabar com ele”, escreveu.