No dia de hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), sancionou uma lei com o objetivo de simplificar as obrigações tributárias do contribuinte. Porém, algumas medidas foram vetadas, incluindo a criação de uma nota fiscal unificada. Essa lei, aprovada pelo Senado no início de julho, tinha sido aguardada ansiosamente pela sanção presidencial.
O principal objetivo dessa legislação é reduzir os custos relacionados ao cumprimento das obrigações tributárias e estimular a conformidade por parte dos contribuintes. Com a sanção de Lula, algumas disposições foram estabelecidas:
- Emissão unificada de documentos fiscais eletrônicos: Agora, será possível emitir um único documento fiscal eletrônico, que substituirá a necessidade de diferentes notas fiscais para cada tipo de operação.
- Utilização dos dados de documentos fiscais para preenchimento automático de declarações: Com essa medida, o contribuinte não precisará preencher manualmente as declarações de impostos, pois os dados dos documentos fiscais serão utilizados para esse fim.
- Facilitação dos meios de pagamento de tributos e contribuições: A lei propõe a unificação dos documentos de arrecadação, tornando mais simples e ágil o processo de pagamento dos impostos.
- Unificação de cadastros fiscais: Com o intuito de simplificar ainda mais a relação entre contribuintes e órgãos fiscais, a lei prevê a unificação dos cadastros fiscais, reduzindo a burocracia e facilitando o cumprimento das obrigações tributárias.
Além dessas medidas, a lei também prevê a criação do Comitê Nacional de Simplificação de Obrigações Tributárias Acessórias, responsável por conduzir as ações de simplificação dos tributos.
Pontos vetados por Lula
No entanto, o presidente Lula vetou alguns pontos importantes dessa lei. Um deles é a criação da Nota Fiscal Brasil Eletrônica (NFB-e), que seria uma nota fiscal unificada para todas as operações. Lula argumentou que a implementação dessa medida poderia aumentar os custos tanto para a administração pública quanto para a sociedade, devido à necessidade de adaptação dos sistemas e à necessidade de conscientização da sociedade sobre as novas obrigações.
Além disso, também foram vetados os seguintes pontos:
- Declaração Fiscal Digital Brasil (DFDB): Essa medida propunha unificar as informações dos tributos federais, estaduais, distritais e municipais em uma única declaração. No entanto, Lula considerou que a criação dessa declaração poderia gerar um aumento desnecessário nas obrigações tributárias.
- Registro Cadastral Unificado (RCU): Essa proposta visava unificar os registros cadastrais dos contribuintes, simplificando o acesso às informações fiscais. No entanto, essa medida também foi vetada pelo presidente.
Além disso, Lula vetou parte do texto que considerava o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) como único número de identificação da pessoa jurídica nos bancos de dados de serviços públicos. Ele argumentou que já existem no país diversos documentos fiscais eletrônicos em funcionamento.
Falta de participação da sociedade civil
Outro ponto de destaque é o veto à participação de representantes da sociedade civil no Comitê Nacional de Simplificação de Obrigações Tributárias Acessórias. Lula argumentou que, embora seja importante a participação da sociedade civil no auxílio à administração pública, a presença de membros externos às administrações tributárias e aos deveres de sigilo fiscal e preservação de informações poderia ser contrária ao interesse público.
“Assim, por mais importante que seja a participação da sociedade civil no auxílio da administração pública, como um todo, a presença de membros alheios às administrações tributárias e aos deveres de sigilo fiscal e de preservação de informações em um comitê técnico que trata de obrigações acessórias seria contrária ao interesse público”, afirmou o presidente.
Essa decisão de Lula gerou debate e críticas, já que a participação da sociedade civil é vista por muitos como uma forma de trazer maior transparência e representatividade às decisões relacionadas às obrigações tributárias.
Em conclusão, a lei sancionada por Lula busca simplificar as obrigações tributárias dos contribuintes, reduzindo custos e estimulando a conformidade. No entanto, a criação de uma nota fiscal unificada e outros pontos importantes foram vetados pelo presidente.
A ausência de representantes da sociedade civil no comitê também gerou polêmica. Agora, cabe aos órgãos competentes implementar as medidas aprovadas e avaliar possíveis ajustes no futuro.