Literatura: principais obras de Aluísio Azevedo
Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo, conhecido simplesmente como Aluísio Azevedo, viveu entre os anos de 1857 e 1913 e é considerado um dos maiores escritores do movimento naturalista brasileiro, além de ter participado também do realismo.
As principais obras de Aluísio Azevedo são abordadas com muita frequência por questões de literatura e de português das principais provas do país, como os vestibulares e o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio).
Além disso, é válido mencionar que muitos dos romances do autor também fizeram/fazem parte da listas de leituras obrigatórias dos vestibulares brasileiros.
Dessa forma, para que você consiga garantir um bom desempenho nas suas provas de literatura, o artigo de hoje trouxe um resumo com tudo aquilo que você precisa saber sobre as principais obras de Aluísio Azevedo. Vamos conferir!
O Mulato (1881)
O Mulato é considerado o primeiro romance naturalista de todo o movimento naturalista brasileiro e foi responsável por consagrar Aluísio Azevedo como o maior expoente do naturalismo no Brasil.
O romance é situado no Maranhão, no final do século XIX. Aluísio Azevedo retrata a história de um amor que não pode ser concretizado entre o protagonista Raimundo, filho de um comerciante português com uma escravizada, com Ana Rosa, sua prima.
A paixão dos dois, apesar de muito intensa, não pode ser concretizada devido aos diversos obstáculos criados pela sociedade preconceituosa e racista da época, uma vez que Raimundo é filho de uma escravizada.
Aluísio Azevedo aborda temas muito importantes dentro de O Mulato, como o preconceito racial e a luta por direitos no Brasil.
Casa de Pensão (1884)
Casa de Pensão é um romance naturalista que foi publicado no ano de 1884. O enredo traz a história de Amâncio, jovem maranhense que é enviado pelo pai para o Rio de Janeiro para cursar medicina.
Amâncio, porém, não estava interessado em estudar Medicina e acaba caindo em algumas situações problemáticas no Rio de Janeiro, em que ele mora em pensões ruins.
O enredo é narrado na terceira pessoa do singular por um narrador onisciente. Além disso, diversas das principais características do movimento naturalista estão presentes na obra Casa de Pensão, como o determinismo e a animalização dos personagens.
O Cortiço (1890)
O Cortiço é a obra-prima de Aluísio Azevedo, além de ser o livro mais conhecido do autor e o mais cobrado pelos vestibulares e pelo ENEM.
O romance narra o quotidiano de um grupo de moradores em uma habitação coletiva (um cortiço) no Rio de Janeiro. Diversos são os personagens importantes do romance, mas alguns acabam se destacando. João Romão, por exemplo, é um um homem ambicioso, dono do cortiço. João Romão quer alcançar um estilo de vida como o de Miranda, homem rico que mora do lado do seu cortiço. Para isso, ele explora os trabalhadores do local e também Bertoleza, uma escravizada que, ao ser enganada por Romão, pensa que foi alforriada.
Aluísio Azevedo escreve o romance com um narrador onisciente. Ainda, diversas características naturalistas e realistas estão presentes em O Cortiço, como a defesa da tese do determinismo, que afirmava que o meio pode influenciar o comportamento do homem, como acontece com os personagens do livro, especialmente Jerônimo.
A obra é muito interessante e aborda temas de fundamental importância para a compreensão da situação do Brasil na segunda metade do século XIX, como a exploração da classe trabalhadora, o racismo e a desigualdade social.
A mortalha de Alzira (1894)
O romance A mortalha de Alzira possui aspectos realistas e naturalistas, apesar de ser um pouco diferentes das outras obras de Aluísio Azevedo.
O enredo do livro retrata a história de padre Ângelo, um homem que passa a viver de forma conturbada quando descobre a sua paixão por Alzira. Diante das mudanças de comportamento de Ângelo, o Dr. Cobalt é convocado para tentar entender os motivos que provocaram as transformações e conturbações.
Assim como defendido pelo naturalismo, Azevedo retrata a busca pela compreensão do comportamento do padre a partir de um ponto de vista racional e científico. Além disso, busca-se também compreender a corrupção da Igreja.