Publicado pela primeira vez em 1878, o romance “O Primo Basílio, de Eça de Queirós, é um retrato fiel da sociedade portuguesa da época e até hoje está presente em diversas provas de vestibulares tradicionais. Desse modo, para se preparar para esses exames, os candidatos devem ler a obra na íntegra, além de estudar o contexto de sua produção.
Nesse sentido, neste texto apresentamos um breve resumo sobre a obra. Para compreender plenamente a importância de O Primo Basílio, é fundamental contextualizá-lo dentro do movimento literário que o abriga: o Realismo.
O Realismo emergiu na segunda metade do século XIX como uma reação ao Romantismo, que se caracterizava por idealizar a realidade, frequentemente explorando temas ligados à fantasia e à paixão. Em contrapartida, o Realismo buscava retratar a sociedade de forma objetiva, observando-a com um olhar crítico e analítico.
Eça de Queirós foi um dos pioneiros do Realismo em Portugal, e O Primo Basílio é uma das obras que melhor representa os princípios desse movimento. O autor utilizou sua narrativa para expor a hipocrisia, a decadência moral e a corrupção das classes médias e altas da sociedade burguesa da época.
A trama de O Primo Basílio se desenrola em Lisboa, no seio da burguesia portuguesa. O enredo é centrado em Luísa, uma jovem dona de casa entediada, que vive com seu marido, Jorge, um operário ferroviário. A rotina de Luísa é interrompida quando seu primo Basílio, um sedutor que havia partido para o Brasil, retorna a Portugal. Assim, o reencontro entre Luísa e Basílio desperta antigos sentimentos e dá início a um caso amoroso clandestino.
Além dos protagonistas, a obra apresenta uma gama de personagens secundários que desempenham papéis significativos na trama. Destacam-se, por exemplo, a criada Juliana, uma figura ardilosa e manipuladora, e Leopoldina, uma amiga de Luísa que, por sua simplicidade e ingenuidade, serve como contraponto às complexidades morais das personagens centrais.
O Primo Basílio aborda uma série de temáticas profundas e atemporais que ainda ressoam com o público moderno:
Uma das características mais marcantes de O Primo Basílio é o estilo literário de Eça de Queirós. Sua prosa é rica e envolvente, repleta de descrições vívidas e diálogos que revelam as complexidades psicológicas das personagens. A narrativa em terceira pessoa permite que o autor explore as mentes de seus personagens e revele suas motivações e conflitos internos.
A obra também é notável pelo uso da ironia e da sátira, pois Eça de Queirós utiliza essas técnicas para ridicularizar a hipocrisia e a moralidade questionável de sua sociedade. O humor sutil, muitas vezes mordaz, torna a crítica social da obra ainda mais eficaz.
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