Escrita em 1933 e publicada pela primeira vez em 1937, a obra intitulada “O Rei da Vela”, escrita por Oswald de Andrade, é considerada o primeiro texto modernista para o teatro. A obra consiste em uma peça de teatro composta composta por três atos e segue uma estrutura tradicional.
Neste texto, o escritor Oswald de Andrade, um dos principais idealizadores do movimento modernista no Brasil, reflete sobre a sociedade do seu tempo. Desse modo, a peça marca uma época de preocupações e compromissos sociais.
Enredo
O enredo da obra conta a trajetória de vida de um agiota inescrupuloso, Abelardo I, que recebe a alcunha de Rei da Vela. O personagem principal tem diversos negócios, mas a sua especialidades são os empréstimos a juros altos.
Desse modo, Abelardo I, um fiel representante da burguesia de sua época, tira proveito da crise econômica que assola o país através do empréstimo de dinheiro e cobra juros abusivos. Assim, o agiota se aproveita dos seus clientes para proveito próprio, deixando o devedor sem nada.
No primeiro ato, o autor introduz também a figura de Abelardo II, funcionário do agiota, o qual tem ambição de superar. Aparece também a noiva de Abelardo I, Heloísa de Lesbos, que firmou compromisso com o agiota apenas por questões financeiras. Nesse primeiro momento, os devedores aparecem em uma jaula, presos como animais.
No segundo ato, Oswald aborda questões sexuais, reunindo em cena personagens de uma mesma família com desvios morais. Assim o autor explica a decadência da aristocracia rural. Já no terceiro ato, Aberlado II rouba Abelardo I, que desesperado e sem nada decide suicidar-se. Antes disso, Abelardo I pede uma vela e assim é enterrado, com uma única vela barata. Já Heloísa casa-se com Abelardo I.
Assim, Oswald explora em sua obra teatral os desvios da sociedade da sua época e tece críticas à burguesia. Além das já citadas, também aparecem na peça as seguintes personagens: Joana, conhecida por “João dos Divãs”; Totó Fruta do Conde; Coronel Belarmino; Dona Cesarina; Dona Poloquinha; Perdigoto; O americano; O cliente; O intelectual Pinote; e A secretária.
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