O Senado Federal está prestes a realizar um importante debate sobre a regulamentação do cigarro eletrônico no Brasil. O assunto tem chamado a atenção devido à proibição da venda do produto pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009.
No entanto, estudos indicam que mais de 2,2 milhões de adultos brasileiros consomem os chamados “vapes“, o que tem impulsionado o comércio ilegal e o contrabando. Além disso, uma pesquisa realizada em 2019 revelou que 16,8% dos estudantes com idade entre 13 e 17 anos já experimentaram o cigarro eletrônico.
A audiência pública no Senado
Para discutir o tema, a Comissão de Assuntos Sociais do Senado realizará uma audiência pública nesta quinta-feira, dia 28. O requerimento para a realização da audiência foi apresentado pela senadora Soraya Thronicke, do Podemos do Mato Grosso do Sul.
A senadora, que critica a omissão da Anvisa, ressalta a necessidade de uma regulamentação eficaz que reduza os riscos dos dispositivos eletrônicos e combata o comércio clandestino.
“A popularização dos cigarros eletrônicos e a omissão da Anvisa em apresentar uma regulamentação eficaz, que reduza os riscos dos dispositivos eletrônicos, resultaram num cenário de total descontrole do comércio desses dispositivos”, afirma Soraya Thronicke.
A senadora destaca que a simples proibição da comercialização gera um dano maior à sociedade do que a existência de regras que disponham sobre a fabricação, composição, propaganda e comercialização dos cigarros eletrônicos.
Ela ressalta ainda a importância da regularização para a arrecadação de impostos, que atualmente deixam de ser recolhidos no valor de cerca de R$5 bilhões por ano.
O contexto atual e a pesquisa Ipec
A pesquisa Ipec, realizada recentemente, revelou que mais de 2,2 milhões de adultos brasileiros utilizam cigarros eletrônicos. Esse número chama a atenção para a necessidade de uma regulamentação mais clara e efetiva. Atualmente, a venda desses produtos é proibida, mas o contrabando e o comércio ilegal têm se intensificado.
Além disso, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada em 2019, mostrou que 16,8% dos estudantes de 13 a 17 anos já experimentaram o cigarro eletrônico. Esse dado é preocupante, pois indica um aumento do consumo entre os jovens, mesmo em um contexto de proibição.
O papel da Anvisa e a necessidade de regulamentação
A proibição da venda do cigarro eletrônico pela Anvisa tem sido alvo de críticas, principalmente pela falta de uma regulamentação mais abrangente. A omissão da agência em apresentar diretrizes claras tem contribuído para a ausência de controle e fiscalização do comércio desses dispositivos.
A regulamentação é necessária para estabelecer regras sobre a fabricação, composição, propaganda e comercialização dos cigarros eletrônicos. O objetivo é reduzir os riscos à saúde dos consumidores e combater o comércio ilegal, que tem se mostrado cada vez mais presente no país.
A importância da audiência pública no Senado
A audiência pública no Senado é um passo importante para debater o tema e buscar soluções para a regulamentação dos cigarros eletrônicos. A participação de especialistas, autoridades e representantes da sociedade civil é fundamental para embasar o debate e contribuir para a elaboração de propostas que possam ser efetivas na proteção da saúde pública.
A situação em outros países
Diversos países ao redor do mundo já regulamentaram a comercialização dos cigarros eletrônicos. Estados Unidos, Inglaterra, Suécia, Canadá e Nova Zelândia são alguns exemplos de nações que estabeleceram diretrizes específicas para esses produtos.
Essas regulamentações visam proteger a saúde dos consumidores, estabelecendo limites de composição, restrições à propaganda e controle na fabricação e comercialização. A experiência desses países pode servir como referência para o Brasil na busca por uma regulamentação eficaz.
O projeto de lei em discussão no Senado
No primeiro semestre deste ano, o Senado desarquivou um projeto de lei que proíbe a comercialização, importação e publicidade dos dispositivos eletrônicos que produzem fumaça, como os cigarros eletrônicos. A proposta visa combater o consumo desses produtos, especialmente entre os jovens, e fortalecer a fiscalização e controle sobre o comércio ilegal.
Em 2018, o Senado realizou uma enquete sobre o tema, na qual foram registrados 437 votos a favor da proibição e 2692 votos contrários ao projeto. Essa enquete demonstra a diversidade de opiniões sobre a regulamentação dos cigarros eletrônicos, o que torna o debate ainda mais importante para a tomada de decisões no Congresso.
A importância da regulamentação para a saúde pública
A regulamentação dos cigarros eletrônicos é fundamental para a proteção da saúde pública. Estudos têm demonstrado que esses dispositivos apresentam riscos à saúde, mesmo que sejam considerados menos prejudiciais do que os cigarros convencionais.
É necessário estabelecer limites de composição, restringir a propaganda e controlar a fabricação e comercialização dos cigarros eletrônicos para garantir a segurança dos consumidores. Além disso, a regulamentação pode contribuir para a redução do consumo entre os jovens e combater o comércio ilegal, que coloca em risco a saúde dos consumidores e prejudica a arrecadação de impostos.
Ademais, o debate sobre a regulamentação do cigarro eletrônico no Senado é de extrema importância para o país. A audiência pública e as discussões em torno do tema podem contribuir para a elaboração de propostas efetivas que levem em consideração a proteção da saúde pública e o combate ao comércio ilegal.
A regulamentação dos cigarros eletrônicos é um desafio, mas é fundamental para garantir a segurança dos consumidores e reduzir os riscos à saúde. A experiência de outros países pode servir como referência, mas é necessário adaptar as medidas à realidade brasileira.
A sociedade civil, especialistas e autoridades devem estar engajados nesse debate, buscando soluções que sejam eficazes na proteção da saúde pública e na redução do consumo de cigarros eletrônicos, principalmente entre os jovens.
A regulamentação é um passo importante para garantir um ambiente mais seguro e saudável para a população brasileira.