O Banco Central divulgou recentemente os dados sobre os juros no crédito livre no mês de agosto. De acordo com o relatório, a taxa média de juros no crédito livre apresentou uma queda, passando de 43,8% ao ano para 43,5% ao ano. Essa redução ocorre em meio à diminuição dos juros básicos da economia, a taxa Selic. No mesmo período do ano anterior, em agosto de 2022, a taxa era ainda mais baixa, registrando 40,6%.
Taxa média de juros no crédito livre para pessoas físicas e jurídicas
Ao analisar os dados do crédito livre para pessoas físicas, observamos que a taxa média de juros também apresentou queda. Em julho, a taxa estava em 58,3%, enquanto em agosto caiu para 57,7% ao ano. Já para as pessoas jurídicas, a taxa variou de 23,0% para 22,6% no mesmo período.
É importante ressaltar que o crédito livre corresponde aos contratos de financiamentos e empréstimos com taxas de juros livremente pactuadas entre instituições financeiras e consumidores.
Cheque especial e crédito pessoal
Dentre as principais linhas de crédito livre para pessoas físicas, destacam-se o cheque especial e o crédito pessoal. No caso do cheque especial, a taxa se manteve estável em 132,0% ao ano entre julho e agosto. Já a taxa de juros do crédito pessoal apresentou uma queda, passando de 42,6% para 42,1% ao ano.
É importante mencionar que, desde 2018, os bancos têm oferecido a opção de parcelamento para dívidas no cheque especial, o que contribui para tornar essa modalidade de crédito mais acessível aos consumidores.
Taxa de inadimplência
O relatório do Banco Central também trouxe informações sobre a taxa de inadimplência nas operações de crédito livre. No mês de agosto, a taxa de inadimplência ficou estável em 4,9%, em comparação com o mês anterior. No entanto, quando analisamos separadamente as pessoas físicas e jurídicas, observamos uma queda na taxa de inadimplência para as pessoas físicas, que passou de 6,2% para 6,1%. Já para as empresas, a taxa subiu de 3,2% para 3,3%, atingindo o maior patamar desde agosto de 2018.
Endividamento das famílias brasileiras
Outro dado relevante é o endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro. Em julho, o endividamento fechou em 47,8%, registrando uma leve queda em relação ao mês anterior, que foi de 48,2%. Vale destacar que o recorde de endividamento ocorreu em julho de 2022, com 50,1%.
Se excluirmos as dívidas imobiliárias, o endividamento das famílias ficou em 30,2% em julho, contra 30,5% em junho. É importante mencionar que julho marcou o início do programa federal de renegociação de dívidas chamado Desenrola. Esse programa permite a renegociação de dívidas bancárias de consumidores sem garantia do Tesouro Nacional.
Comprometimento de renda das famílias
O comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) também foi um dado analisado pelo Banco Central. Em julho, o comprometimento de renda ficou em 27,6%, uma queda em relação ao mês anterior, que foi de 28,3%. Se desconsiderarmos os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda foi de 25,5% em julho, contra 26,1% em junho.
Veículos e Indicador de Custo de Crédito (ICC)
O Banco Central também divulgou os juros para aquisição de veículos, que passaram de 26,1% ao ano em julho para 26,2% em agosto. Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) se manteve estável em 22,5% ao ano em agosto.
Spread bancário e crédito direcionado
O spread bancário, que corresponde à diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e o que é cobrado dos clientes finais em operações de crédito, apresentou uma redução no crédito livre. Em julho, o spread bancário médio era de 32,5 pontos percentuais, enquanto em agosto caiu para 32,3 pontos percentuais. Para pessoas físicas, o spread passou de 46,9 para 46,4 pontos percentuais, e para pessoas jurídicas, caiu de 11,9 para 11,6 pontos percentuais. No crédito direcionado, o spread médio foi de 4,7 pontos percentuais em agosto.
Inadimplência
Os dados divulgados pelo Banco Central mostram que a taxa média de juros no crédito livre apresentou uma queda em agosto, acompanhando a redução dos juros básicos da economia. Além disso, a taxa de inadimplência se manteve estável, enquanto o endividamento das famílias registrou uma leve queda. É importante estar atento a essas informações para tomar decisões financeiras mais conscientes e planejadas.