Julgamento da correção do FGTS pode ser adiada mais uma vez

Julgamento da correção do FGTS pode ser adiada mais uma vez

Julgamento da correção do FGTS está na pauta do STF nesta semana, mas tendência é de novo adiamento. Entenda

O julgamento da revisão do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) está oficialmente na agenda do Supremo Tribunal Federal (STF) para a próxima quarta-feira (8). Entretanto, é possível, e até mesmo provável, que a discussão em torno do tema seja adiada mais uma vez.

Ao menos este é o pedido feito por um conjunto de Centrais Sindicais. Na última semana, os representantes dos trabalhadores se reuniram para pedir um tempo maior ao STF. O objetivo é esticar o prazo para conseguir chegar a um acordo com a área econômica do governo federal, sobre o novo formato de correção do FGTS.

A correção do FGTS

Hoje, todo o dinheiro do FGTS é corrigido apenas pela Taxa Referencial, que é próxima de zero, mais um patamar extra de 3%. Trata-se, portanto, de um rendimento mais baixo do que a poupança, que atualmente rende 6,17% mais a TR ao ano.

O STF julga uma ação que questiona este tipo de correção do Fundo de Garantia. A ideia é entender se o atual formato é constitucional, ou se o governo federal vai precisar mudar a orientação, para que os trabalhadores passem a ter um ganho maior com o passar dos meses.

Até agora, a votação está em 2 a 0 pela mudança no formato de correção do Fundo de Garantia, o que pode ser visto como uma vitória das Centrais Sindicais e uma derrota do governo federal. A tendência natural é que a maioria dos ministros vote por uma mudança na correção no final das contas.

Julgamento da correção do FGTS pode ser adiada mais uma vez
Roberto Barroso vem defendendo mudança na correção do FGT. Imagem Roberto Jayme/ASCOM/TSE

Por que Centrais querem esticar o tempo?

Mas se as Centrais estão “ganhando o jogo”, por que elas querem atrasar o julgamento? A explicação é simples. Nos últimos dias, membros do governo vêm dizendo que se a correção do Fundo de Garantia for alterada, programas como o Minha Casa Minha Vida serão prejudicados, sobretudo as suas faixas que atendem as pessoas mais humildes.

Por medo de comprometer o programa, as Centrais aceitaram conversar sobre um meio termo, ou seja, um novo processo de correção que dê ganho real aos trabalhadores no Fundo de Garantia, mas que não prejudique o financiamento de moradias populares no Brasil.

Mudança no FGTS na prática

Mas o que uma mudança no sistema de correção do FGTS poderia significar na prática? Abaixo, listamos a diferença de ganho para os trabalhadores, considerando o novo sistema que está sendo proposto pelo ministro Barroso. Os cálculos foram feitos por Mario Avelino, presidente do IFGT.

Saldo no FGTS Correção atual (3% + TR) Correção poupança (6,17% + TR)
R$ 10.000 R$ 10.578,10 R$ 11.085,38
R$ 100.000 R$ 107.581,00 R$ 110.853,80
R$ 15.000 R$ 16.137,15 R$ 16.628,07
R$ 20.000 R$ 21.516,20 R$ 22.170,76
R$ 25.000 R$ 26.895,25 R$ 27.713,45
R$ 30.000 R$ 32.274.30 R$ 33.256,14
R$ 5.000 R$ 5.379,05 R$ 5.542,69
R$ 50.000 R$ 53.790,50 R$ 55.426,90
R$ 500.000 R$ 537.905,00 R$ 554.269,00

O que é o FGTS

O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço é uma espécie de poupança em que os valores são depositados mensalmente pelos empregadores. O valor mensal é de 8% do total bruto das verbas salariais recebidas pelo empregado. Entram nesta lista, valores como salário, horas extras e adicional noturno, por exemplo.

Como o trabalhador só pode sacar a quantia em momentos específicos, existe uma série de críticas sobre o processo de desvalorização do saldo.

“O valor aplicado no FGTS, que seria uma poupança para quando o trabalhador passar por um momento desfavorável de desemprego, acaba sendo uma punição, pois quanto mais tempo ele passa empregado, mais seu dinheiro perde valor, já que a aplicação no FGTS perde até mesmo da inflação”, diz  assessor de investimentos Michael Viriato, do jornal Folha de São Paulo.

O julgamento de mudança na correção já foi adiado algumas vezes. Inicialmente, a previsão era de que a reunião fosse retomada no dia 18 de outubro, mas isso não aconteceu. Trabalhadores de todo o país terão que aguardar um pouco mais para saber o que vai ocorrer com as suas contas.

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