Economia

Investimento estrangeiro no Brasil sobe 23% e acumula US$ 46,44 bi

De acordo com a nota do Setor Externo, divulgada pelo Banco Central (BC) na manhã de hoje (26), os investimentos estrangeiros no Brasil avançaram 23% em 2021, na comparação com 2020. Totalizando US$ 46,441 em Investimentos Direto no País (IDP). Apesar da melhora, o resultado foi menor que o esperado pelo Banco Central, que previa US$ 52 bi.

Para se ter uma ideia, no ano retrasado, os investimentos estrangeiros no país somaram US$ 37,786 bilhões. Vale ressaltar que além do retorno de investimentos brasileiros no exterior, o IDP é formado por recursos da participação no capital e por empréstimos diretos concedidos a filiais de empresas multinacionais no país.

Entretanto, para o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, apesar do aumento, os investimentos ainda não retomaram os patamares pré-pandêmicos. “O investimento direto ainda não retomou o patamar pré-pandemia”, destacou.

Ainda segundo Fernando Rocha, o resultado de 2021 se deve ao aumento do ingresso de participação no capital das empresas, quer seja para criar novas empresas, para a compra de companhias brasileiras ou até mesmo para a ampliação da capacidade produtiva das empresas já instaladas no país.

Previsão do Banco Central

Como já mencionado, apesar da melhora em relação ao ano retrasado,  o resultado foi menor que o esperado pelo Banco Central, que estimava um total de US$ 52 bilhões em investimentos. A previsão do BC é que, em 2022, os investimentos cheguem a US$ 55 bilhões.

Ainda segundo o BC, no último mês de 2021, os investimentos estrangeiros diretos no país ficaram negativos em US$ 3,935 bilhões. Isto é: em dezembro, houve mais retorno do que entrada de recursos. Mas mesmo assim, segundo dados oficiais, os investimentos estrangeiros foram suficientes para cobrir o rombo das contas externas no ano passado.

Em casos em que o déficit não é “coberto” pelos investimentos estrangeiros, o país tem de se apoiar em outros fluxos, como ingresso de recursos para aplicações financeiras, ou empréstimos buscados no exterior, para conseguir fechar as contas.

De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, o aumento das remessas de lucros e dividendos no ano passado está relacionado com o aumento da atividade doméstica, e com o subsequente crescimento da lucratividade das empresas que atuam no Brasil.

Investimentos estrangeiros cobriram as Contas externas

Mesmo com um aumento de 14,8% no déficit das contas externas, ainda assim se teve um resultado para o IDP que fosse suficiente para superar o rombo de US$ 28,110 bilhões que se viu no ano passado. O rombo em relação ao déficit anual de 2021, por sua vez, foi o maior desde o ano de 2019. Nesse período, havia sido registrado um déficit de US$ 50,697 bi. Já no ano retrasado (2020), se teve um resultado negativo em US$ 24,492 bilhões.

Esse também foi o maior rombo para um ano fechado desde 2019, quando foi registrado um déficit de US$ 65 bilhões.

Junto ao investimento estrangeiro no país, o resultado de transações correntes, um dos principais do setor externo nacional, é formado pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).