Como uma explosão, o número de investidores em criptomoedas cresceu 938% no ano de 2021 no Brasil. É o que afirma a pesquisa realizada pela Hashdex, maior gestora de criptomoedas do país, com base em dados da B3 e CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Em 2020, a modalidade de investimento em criptomoedas alcançou 30 mil investidores em fundos e ETFs (fundo de índice). Já no ano de 2021, ainda no mês de agosto, o número alcançou 325 mil investidores. Vale ressaltar que, somente em julho deste ano, os brasileiros movimentaram R$ 5,5 bilhões em Bitcoin.
Neste mês de setembro, a gigante de meios de pagamento Visa anunciou que pretende usar criptomoedas, como o Bitcoin, em transações do dia-a-dia no Brasil. Sendo assim, a empresa está de olho no mercado que movimentou US$ 1 bilhão no primeiro semestre e já demonstra seu potencial no Brasil.
Uma outra pesquisa realizada em 2021 pela rede social Yubo, afirmou que 35% dos jovens brasileiros investem em Bitcoin e criptomoedas. Nesse sentido, esses jovens acreditam e afirmam que este será o futuro da economia. Além disso, cerca de 45% destes também têm mais confiança nestes ativos do que em moedas fiduciarias.
O Brasil vem se demonstrando um mercado cada vez mais aberto às criptomoedas de uma maneira geral. Naturalmente, os jovens mais familiarizados com a tecnologia são particularmente atraídos para formas digitais de dinheiro. Segundo dados da plataforma Crypto.com, o Brasil já ocupa a 16ª posição entre os que mais utilizam moedas e ativos digitais no mundo todo.
45% dos questionados na pesquisa acreditam que as criptomoedas substituirão o dinheiro tradicional em algum ponto. Além de possuírem grande confiança nos ativos digitais, o maior consenso entre estes jovens é de que eles são o futuro da economia, conforme indicado por 75% dos entrevistados.
Recentemente, o Deputado Federal Alexandre Frota apresentou um projeto de lei que pedia a regulamentação das criptomoedas no Brasil. Nesse contexto, algumas particularidades já existem no sentido da negociação de ativos conhecidos como criptomoedas no país, começando pela normativa 1888 da Receita Federal no Imposto de Renda.
Em vista destas particularidades, em 2021, houve uma ficha própria tanto para o Bitcoin como também para tokens e outras criptomoedas na declaração do Imposto de Renda. Uma das regras é que quem tivesse adquirido pelo menos R$ 5.000 em transações de criptomoedas no último ano deveria fazer a declaração desses ativos.
Mesmo que muitos investidores sejam contra a ação de impostos neste tipo de mercado, a regulamentação das criptomoedas é uma grande oportunidade no Brasil. Isto porque alguns investidores se sentem mais seguros sabendo que a CVM atua no Brasil com diversas exchanges já regulamentadas. Assim, ainda que ocorra a regulamentação do Bitcoin no Brasil, a expectativa é que a busca por esse tipo de investimento continue crescendo.
Para Vinicius Frias, CEO da Alter, o “caminho está cada vez menos cinza” para o investimento em criptomoedas no Brasil. Isto é ainda mais nítido com a possibilidade de adquirir cotas em Bitcoin e Ethereum através dos ETFs de criptos que estão disponíveis na B3, a Bolsa de Valores brasileira.