O e-commerce brasileiro teve um primeiro semestre com desempenho abaixo na comparação com os últimos seis meses do ano passado no quesito tráfego. De acordo com o relatório “setores do e-commerce”, produzido pela agência Conversion, entre julho e dezembro de 2022, as plataformas tiveram uma média de 2,43 bilhões de acessos por mês. Mas entre janeiro a junho de 2023, esse número foi de 2,32 bilhões – queda de 4,5%.
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A Conversion defende que o número é até positivo, de certa forma, considerando que o segundo semestre guarda datas esperadas pelo varejo, como a Black Friday, em novembro, e o Natal, em dezembro.
A empresa lembra que, no ano passado, o melhor desempenho do e-commerce foi em novembro (2,69 bilhões de visitas), marcadamente porque muita gente espera o ano inteiro para comprar na Black Friday. Já na primeira metade do ano, a principal data é o Dia das Mães, em maio.
Em junho, contrariando as expectativas, o tráfego do e-commerce retraiu timidamente em 2% na comparação a maio, quando registrou alta de 6%. Em números absolutos, foram 2,31 bilhões de acessos únicos – quarto melhor desempenho do ano. A expectativa era que as visitas se mantivessem em crescimento depois do Dia das Mães, já que junho é o mês dos Namorados.
O que mais foi consumido
Durante o primeiro semestre, os setores que aumentaram de interesse foram o de Calçados (6,4% a mais de cliques), Itens automotivos (3,9%) e Pet (3,6%) As maiores retrações, no entanto, tem muito a ver com as datas comemoradas nos seis primeiros meses do ano, como Joias e Relógios (-9%) e Cosméticos (-5,7%).
Mesmo os marketplaces, principal setor do comércio eletrônico brasileiro, desidrataram 3,5% em junho, contribuindo para influenciar o índice geral. Vale lembrar que ele é, sozinho, responsável por cerca de 40% do resultado total.
Para a Conversion, se mantendo a tendência do ano passado, é esperada uma nova alta em julho puxada pelo turismo. No mesmo mês de 2022, o número de visitantes em plataformas do setor de viagens cresceu 14% e pavimentou a alta de 5% do e-commerce como um todo à época.
As pesquisas de mercado indicam que muita gente quer aproveitar as férias para viajar, reflexo de uma demanda reprimida, já que alguns não puderam viajar nos anos anteriores por causa da pandemia. A busca por passagens aéreas já foi maior em junho no Google, por exemplo.
Queda de marcas
A plataforma mais visitada do país, o Mercado Livre, perdeu 2% do seu tráfego em junho, ainda assim mantendo-se na ponta da lista, com pouco mais de 322 milhões de acessos. A Amazon Brasil, segunda colocada, caiu 5%, ficando na casa dos 178 milhões. Shopee, Magalu e Shein, por sua vez, permaneceram com os mesmos patamares do mês passado – e, assim, deixaram o ranking das marcas mais visitadas intactas.
Da mesma forma, a Amazon Brasil se manteve à frente na métrica do Share of Search, que analisa o volume de buscas por marcas específicas nos buscadores. A plataforma de produtos diversos reúne 49% das pesquisas dentro do setor de marketplaces. Stanley (42%), Petz (39%) e Loja do Mecânico (35%) completam o quadro.
Dia dos Pais
A primeira data que pode alavancar as vendas do e-commerce no segundo semestre é o Dia dos Pais, que acontece já neste domingo. Para as lojas online venderem mais, é aconselhado que:
Cupom de desconto: De acordo com um levantamento da Opinion Box, 61% dos consumidores brasileiros têm comprado mais em lojas online do que em lojas físicas. Desses, 55% afirmam que os cupons de desconto oferecidos pelo comércio eletrônico influenciam a decisão de compra.
Marketing: Datas como o Dia dos Pais são uma oportunidade para que marcas possam se conectar com o seu público-alvo através de campanhas de marketing específicas e aumentar o engajamento.
Pagamento seguro: No momento da compra, o consumidor compartilha seus dados pessoais, por isso, tem que sentir confiança no varejista. A empresa que faz a venda precisa ter um sistema robusto, capaz de atender essa necessidade sem falhas.