O INSS, ou Instituto Nacional do Seguro Social, é um órgão governamental responsável pela concessão de benefícios aos cidadãos brasileiros. Nos últimos anos, o Instituto tem implantado a automação em seus processos, utilizando a inteligência artificial para agilizar as análises de benefícios.
Nesse sentido, entre 2022 e 2023, a análise automática de benefícios do INSS subiu de 17% para 23%, graças ao uso de tecnologias avançadas. A meta deste órgão é alcançar 50% de automação nas análises até 2026. Em 2021, o uso de robôs era de 10%.
Dentre os mais de cem benefícios concedidos pelo INSS, oito deles são passam por análise automaticamente. São eles: aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contribuição, pensão por morte, auxílio-reclusão, auxílio-reclusão para pessoa com deficiência, BPC (Benefício de Prestação Continuada) para pessoa com deficiência, BPC para idoso e salário-maternidade.
A agilidade da análise automática é vista como um grande benefício para os cidadãos que têm seus pedidos atendidos rapidamente. No entanto, essa rapidez também pode gerar distorções. Um exemplo disso é o caso de um trabalhador de 53 anos que teve seu benefício negado em apenas seis minutos.
O frentista C.A.S. solicitou a aposentadoria por tempo de contribuição às 9h58 de uma quinta-feira. Às 10h04, seu pedido havia sido negado, sem que a documentação específica do segurado fosse analisada. O trabalhador possuía documentação comprovando 24 anos, 11 meses e 29 dias de tempo especial. Por um dia, não conseguiu solicitar a aposentadoria especial.
O INSS alega que houve um erro na hora da solicitação da aposentadoria. Segundo o órgão, o segurado informou que não possuía tempo especial. O instituto reitera que há uma análise automática do que o segurado informa no momento em que solicita o benefício.
Os servidores administrativos do INSS criticam o uso de robôs na concessão de benefícios. Eles defendem a análise criteriosa dos pedidos, mas afirmam que o quadro enxuto de pessoal impede tal procedimento. O SINSSP (Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo), afirma que o uso de robôs, mesmo com alto investimento em tecnologia, não tem o mesmo zelo de uma análise por um técnico.
Após a negativa do INSS, o segurado pode recorrer da decisão contrária, na Junta de Recursos do CRPS (Conselho de Recursos da Previdência Social). O segurado também pode ir direto ao Judiciário em busca da concessão. Outro caminho é esperar 30 dias e, após esse período, fazer uma nova solicitação.
A automação no INSS é uma realidade que veio para ficar, segundo o sindicato. No entanto, o desafio é equilibrar a eficiência proporcionada pela tecnologia com a necessidade de uma análise cuidadosa e individualizada dos pedidos de benefício.
A automação dos serviços do INSS traz benefícios e desafios. Enquanto a rapidez e a eficiência são pontos positivos, a possibilidade de erros e a falta de análise humana são aspectos que precisam ser aprimorados. A evolução da tecnologia deve, assim, caminhar lado a lado com a capacitação dos profissionais e a definição de processos claros e justos.