O Ministro do Trabalho e da Previdência Social (INSS), José Carlos Oliveira, se comprometeu a reduzir a fila de espera dos cidadãos por benefícios da autarquia. A promessa foi feita depois do fim da greve dos servidores e dos peritos médicos do Instituto. Eles voltaram ao trabalho ainda na última segunda-feira (23).
“Com a assinatura de mais este acordo retomamos nossa capacidade de atendimento à população. Todos os serviços do INSS e da perícia médica estão sendo retomados e, em breve, vamos encurtar essa espera dos segurados por um benefício”, disse o ministro ao se referir ao acordo que pôs fim ao movimento grevista.
“Trabalharemos para normalizar nosso atendimento o mais rápido possível nas agências de todo o país. Estamos focados em agilizar as análises e concessões de benefícios dos segurados”, disse Guilherme Serrano, que é o atual presidente do INSS. Ele também assinou os termos do acordo em questão.
Para dar fim ao movimento grevista, os servidores se comprometeram a repor todos os dias parados com o objetivo de analisar mais rapidamente os processos de concessão de benefícios. Há casos de cidadãos que esperam por uma resposta há mais de quatro meses. A expectativa é que a situação melhore nos próximos dias.
Os servidores do INSS passaram mais de 50 dias parados. A greve não aconteceu de maneira uniforme. De modo que algumas regiões seguiram com ao menos uma parte do atendimento funcionando normalmente. O Instituto divulgará um novo plano de trabalho para a reposição dos dias perdidos em breve.
Números da espera
Dados oficiais divulgados pelo boletim estatístico da Previdência Social mostram que mais de 1,7 milhão de pessoas estavam na fila de espera para benefícios previdenciários do INSS no último mês de março.
Estima-se que a lista de espera já tenha ultrapassado a marca dos 2 milhões desde o início da paralisação dos servidores e dos médicos peritos. O INSS aponta ainda que a maioria das pessoas está aguardando pela primeira avaliação.
Ao mesmo tempo, outros mais de 238 mil já tinham passado pela primeira fase e precisavam enviar alguns documentos extras para a liberação do benefício do INSS. Hoje, o tempo médio de concessão do saldo é de 80 dias.
Greves além do INSS
Como dito, os servidores e os peritos médicos do INSS já encerraram o movimento grevista e voltaram ao trabalho oficialmente nesta semana. Entretanto, outras categorias ainda estão paralisadas e não apontam para um final próximo.
É o caso, por exemplo, dos servidores do Banco Central (BC). Nesta terça-feira (24), os trabalhadores aprovaram a continuidade da greve por tempo indeterminado. Servidores do Tesouro Nacional pararam as atividades na segunda-feira (23).
Em geral, as paralisações têm como objetivo chamar atenção para a questão do reajuste salarial dos servidores. Algumas categorias pedem que o Governo Federal pague um aumento de 27%. O Ministério da Economia sinalizou que pode pagar apenas 5%.