INSS: Aposentadoria já é definida por meio de robôs no país e deixa brasileiros em choque
A aposentadoria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é um tema de grande relevância no Brasil. Nos últimos anos, o INSS tem utilizado a automação por meio de robôs para agilizar e simplificar o processo de análise e aprovação dos benefícios. Essa mudança tem gerado impactos significativos, tanto positivos quanto negativos, no sistema previdenciário do país.
A Automação na Definição dos Benefícios
De acordo com um levantamento realizado pelo Tilt UOL, o robô do INSS já decide em ao menos um terço dos pedidos de benefícios, pensões e auxílios direcionados ao órgão federal. Nos meses de fevereiro, abril e maio deste ano, o robô desempenhou um papel fundamental em quatro das dez aprovações de um dos benefícios mais essenciais para os trabalhadores no Brasil.
Antes da introdução da automação, o processo de solicitação e análise de aposentadorias era bastante burocrático e demorado. Os documentos físicos eram analisados manualmente, o que exigia uma grande quantidade de tempo e recursos humanos. Com a incorporação dos robôs, o processo de aprovação das solicitações pode ser realizado em questão de segundos, desde que os dados e o período de contribuição atendam aos requisitos.
Os Benefícios da Automação
A automação no INSS trouxe diversos benefícios para o sistema previdenciário do Brasil. O processo automatizado agilizou consideravelmente o procedimento de análise e aprovação dos benefícios, reduzindo a significativa fila de solicitações. Além disso, a automação permite uma maior precisão na análise dos dados, minimizando erros e inconsistências.
Outro benefício importante é a centralização das informações dos contribuintes. Anteriormente, cada etapa do pedido do cidadão era tratada por um sistema separado, o que dificultava a integração dos dados. Agora, o INSS utiliza o CPF como chave primária, o que possibilita a centralização das informações e uma análise mais completa e eficiente.
Preocupações e Desafios
Apesar dos benefícios trazidos pela automação, especialistas em previdência destacam algumas preocupações em relação ao processo. Um dos principais pontos levantados é a falta de documentação. O sistema automatizado rejeita prontamente as solicitações que não possuem todos os documentos necessários. Isso pode ser problemático, especialmente considerando a alta taxa de analfabetismo digital entre os idosos no país.
Outro desafio enfrentado é a redução do pessoal do INSS nos últimos anos. A capacidade de oferecer atendimento presencial para esclarecimento de dúvidas foi prejudicada pela falta de recursos humanos. A escassez de peritos também é uma questão que afeta o processo de análise e aprovação dos benefícios.
A Transição para a Automação
A transição em direção à automação no INSS teve início em 2017, com a introdução do aplicativo Central de Serviços. Esse aplicativo foi posteriormente substituído pelo Meu INSS, que se tornou o principal canal de atendimento do órgão. Atualmente, as solicitações de aposentadoria só podem ser feitas por meio desses canais e de seus sites relacionados.
Antes da automação, o processo de análise de aposentadorias envolvia a análise de documentos físicos para verificar os vínculos. Cada etapa do pedido do cidadão era tratada por um sistema separado, o que tornava o processo mais demorado e complexo. Com a automação, esses sistemas foram integrados e a análise passou a ser realizada de forma mais eficiente.
A Escassez de Servidores
A automação no INSS não foi apenas uma medida de modernização, mas também uma resposta à escassez de servidores no órgão. Nos últimos anos, o INSS sofreu uma perda significativa de sua força de trabalho devido à aposentadoria em massa dos servidores. Essa perda de servidores foi prevista desde 2015, quando se estimava que cerca da metade dos funcionários do órgão poderiam se aposentar por volta de meados de 2019.
A falta de servidores tem sido um desafio para o INSS, especialmente considerando o grande volume de solicitações e a complexidade do processo de análise e aprovação dos benefícios. Atualmente, existem cerca de 23 mil vagas no órgão, enquanto o número de servidores ativos é de apenas 19 mil. A contratação de mais servidores continua sendo crucial para garantir a eficiência do sistema previdenciário.
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O Papel dos Robôs na Redução da Fila de Espera
Estima-se que a fila de espera para a aposentadoria contenha cerca de 1,7 milhão de indivíduos, enquanto a fila de análise de tarefas pendentes abrange aproximadamente 7,6 milhões de pessoas. Os robôs do INSS têm desempenhado um papel importante na redução dessas filas, agilizando o processo de análise e aprovação dos benefícios.
No entanto, é importante ressaltar que a automação não é capaz de resolver todas as questões relacionadas aos benefícios previdenciários. Questões mais complexas ainda exigem a intervenção de servidores para análise e tomada de decisão. A tecnologia está aqui para simplificar o processo, mas a contratação de recursos humanos continua sendo essencial para garantir um atendimento eficiente e justo aos cidadãos.
Ademais, a automação no INSS tem trazido benefícios significativos para o sistema previdenciário do Brasil. A utilização de robôs na definição dos benefícios tem agilizado o processo de análise e aprovação, reduzindo a fila de solicitações e minimizando erros. No entanto, é importante considerar as preocupações e desafios relacionados à falta de documentação e à escassez de servidores.
A automação é uma ferramenta poderosa, mas não deve substituir completamente o papel dos recursos humanos. É necessário encontrar um equilíbrio entre a tecnologia e a intervenção humana para garantir um sistema previdenciário eficiente e justo. O INSS deve continuar investindo na contratação de servidores e na modernização dos processos para melhor atender às necessidades dos trabalhadores brasileiros.