O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,11% em setembro, na comparação com o mês anterior. Isso quer dizer que os consumidores do país tiveram que pagar um pouco mais caro no mês passado para adquirir itens e contratar serviços no Brasil, em relação a agosto.
O avanço é o segundo consecutivo do INPC, mas a taxa foi positiva, já que desacelerou em relação ao mês anterior, quando a inflação subiu 0,20%. Aliás, o avanço registrado foi bem leve e não deve ter sido sentido pela maioria dos consumidores.
Seja como for, com o acréscimo do resultado mensal, o INPC passou a acumular uma alta de 4,51% nos últimos 12 meses, acima dos 4,06% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Você sabe o que é INPC?
Em resumo, o INPC mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país. Aliás, o aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços se chama inflação.
Quando ocorre o contrário, tem-se deflação. Contudo, o termo se refere ao recuo generalizado dos preços. Quando a queda não é generalizada, mas apenas pontual, os analistas passam a considerar o resultado apenas como uma queda da inflação.
Vale destacar que o INPC é usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS. Em suma, o governo federal promove reajustes do salário mínimo conforme a variação do INPC. Inclusive, os reajustes devem ser, no mínimo, iguais à variação acumulada pelo indicador no ano anterior.
Assim, as famílias continuam a ter as mesmas condições de renda para seguirem comprando os mesmos itens ano após ano, pelo menos teoricamente. No entanto, o Governo Federal pode promover reajustes que resultem em ganhos reais para os trabalhadores, acima da inflação registrada pelo INPC, como aconteceu em 2023.
Inflação sobe em 11 dos 16 locais pesquisados
No mês passado, o INPC subiu em 11 dos 16 locais pesquisados, refletindo a disseminação das altas. Apenas cinco locais registraram queda dos preços em setembro, na comparação com agosto, aliviando um pouco o bolso dos consumidores.
Confira abaixo as taxas inflacionárias registradas nos locais pesquisados em setembro:
- Rio Branco: 0,53%;
- Belém: 0,46%;
- São Luís: 0,43%;
- Campo Grande: 0,31%;
- Brasília: 0,22%;
- Vitória: 0,15%;
- Belo Horizonte: 0,14%;
- São Paulo: 0,13%;
- Curitiba: 0,13%;
- Fortaleza: 0,08%;
- Rio Janeiro: 0,06%;
- Salvador: -0,02%;
- Porto Alegre: -0,02%;
- Recife: -0,08%;
- Aracaju: -0,11%;
- Goiânia: -0,28%.
Como observado acima, a inflação medida pelo INPC subiu na maioria dos locais pesquisados, e isso impulsionou a taxa nacional. Contudo, as altas foram bem leves e não conseguiram elevar significativamente a inflação geral, que acabou tendo uma variação tímida em setembro.
No acumulado dos últimos 12 meses até setembro, todos os locais continuaram com taxas positivas. Os números mais elevados foram registrados em: Belém (5,85%), Rio Branco (5,44%), Fortaleza (5,43%), Brasília (5,12%) e Belo Horizonte (5,00%). Já as menores variações ocorreram no Rio de Janeiro (2,90%), em Goiânia (3,82%) e São Luís (3,86%).
Veja os destaques do mês
Em setembro, a taxa do INPC ficou mais elevada em Rio Branco devido a forte alta de 3,60% registrada no preço da gasolina, item de maior peso na inflação. De modo diferente, Goiânia teve a menor taxa entre os locais pesquisados devido à queda no preço da energia elétrica residencial (-2,97%).
O IBGE também revelou que os preços dos produtos alimentícios caíram 0,74% em setembro, após queda de 0,91% no mês anterior. Já os produtos não alimentícios subiram 0,38%, desacelerando em relação a agosto (0,56%).
Cada local possui um peso no INPC
Vale destacar que cada local possui um peso na composição do INPC. Por ser a maior economia do país, São Paulo lidera a lista, respondendo por 24,60% da inflação medida pelo indicador.
Em seguida, ficam Belo Horizonte (10,35%), Rio de Janeiro (9,38%), Salvador (7,92%), Curitiba (7,37%) e Porto Alegre (7,15%). Portanto, a inflação registrada nestes locais exerce uma influência nacional bem maior que a de Rio Branco, por exemplo, que tem peso de apenas 0,72% na composição do INPC.
INPC x IPCA
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existe uma diferença sutil entre os dados do INPC e do IPCA e apenas se refere ao uso do termo “amplo”.
De um lado, “o IPCA engloba uma parcela maior da população. Ele aponta a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 e 40 salários mínimos“, segundo o IBGE.
Por sua vez, “O INPC verifica a variação do custo de vida médio apenas de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos. Esses grupos são mais sensíveis às variações de preços, pois tendem a gastar todo o seu rendimento em itens básicos, como alimentação, medicamentos, transporte etc.”, informa o IBGE.