O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgou nesta terça-feira (15), o Indicador de Inflação Ipea, que é realizado por Faixa de Renda. No índice, ocorre uma desaceleração da inflação para diferentes faixas de renda.
Além disso, se observou que as famílias de maior poder aquisitivo tiveram o menor patamar para o índice inflacionário. Outra observação foi para as famílias de muito baixa renda, que tiveram o maior valor para o índice.
Segundo a autora do indicador, Maria Andreia Lameiras, a alta da inflação ocorreu para todas as classes, comparado com janeiro de 2021. Porém, famílias de classe mais baixa sofreram o maior efeito dela. Em janeiro deste ano, a inflação para esta classe ficou em 0,63%, três vezes mais do que a apresentada em janeiro de 2021 (0,21%).
Famílias de classe média baixa tiveram a maior taxa inflacionária no acumulado de 12 meses, marcando 10,8%, sendo um pouco superior a registrada pela faixa de renda muito baixa (10,5%) e acima da registrada por famílias de classe alta, tendo registro de (9,6%).
Reflexo da Inflação para famílias de renda mais baixa
Analisando os dados divulgados pelo Ipea separadamente, em janeiro, todos os grupos de bens e serviços ajudaram na alta da inflação das duas classes de rendas mais baixas, já o grupo de dados de transporte acarretou em um alívio da inflação para as demais classes de renda. O índice apresentou algumas deflações como o da energia que foi de -1,1%, do gás de cozinha (-0,73%) e o da gasolina (-1,1%).
Porém, mesmo com esses resultados, a alta da inflação no grupos de transporte e moradia que inclui, reajustes de aluguéis (1,5%), tarifas de ônibus urbano (0,22%), tarifas de ônibus intermunicipais (0,56%) e ônibus interestaduais (1,6%) contribuíram para que famílias de menor renda sofrerem o maior impacto com a inflação no mês de janeiro deste ano.
A deflação em grupos de despesas mais básicas como a da energia elétrica, carnes (-0,32%) e vestuário (0,07%) e alta, desta vez não muito grande no preço de frutas (2,7%), verduras e hortaliças (3,1%) e do café (0,32%) ajudaram para que tenha havido um desempenho mais favorável da inflação para famílias de renda muito baixa.
Reflexo da Inflação na classe mais alta
Nas famílias com renda domiciliar maior que R$17.764,49 (famílias da faixa mais alta), o aumento da inflação em serviços de lazer como hospedagem (2,0%), cinema (1,9%) e de pacotes turísticos (2,7%) foram os que mais contribuíram para o grupo de despesas pessoais desta classe em janeiro de 2022.
O grupo de transporte que engloba a gasolina com deflação de -1,1%, o etanol que apresentou -2,8%, passagens aéreas com -18% fez com que as famílias de classe mais alta tivessem um alívio inflacionário para esta faixa.
A alta da inflação tem reflexo no bolso de todos os brasileiros, porém, setores básicos como o de alimentação e transporte acarretam um maior impacto para famílias de baixa renda. Dentro desse contexto, a alta da inflação em setores mais irrelevantes como o de lazer, tendem a doer mais no bolso de famílias de renda mais alta.