Economia

Inflação é pressionada no Natal por alimentos e presentes

Neste ano de 2021, a inflação no período do Natal mostrou variação de 5,39% no acumulado dos últimos 12 meses. Os dados são segundo o que foi divulgado no dia de hoje (13), pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro. Inflação esta que impacta no consumo das famílias nesta época do ano.

Sendo assim, a inflação medida pelo instituto ficou abaixo da medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da FGV, (9,88%) de dezembro de 2020 até novembro deste ano. Embora o resultado seja inferior ao crescimento excessivo de preços apurado no mesmo período do ano passado, quando atingiu 13,51%, ele superou o de anos anteriores.

De acordo com Matheus Peçanha, economista do Ibre e responsável pela pesquisa, o principal fator que puxou a inflação foi o aumento dos alimentos, com variação média de 7,93%. Apesar disso, o percentual de aumento ainda é menor do que no mesmo período do ano anterior (28,61%). Nos últimos 12 meses, o frango inteiro, por exemplo, subiu 24,28%, liderando a lista dos itens que mais pressionam o bolso do consumidor.

Já em contrapartida, houve queda no preço de alguns alimentos, como o arroz (-8,27%) e do pernil suíno (-1,27%). Nesse sentido, o economista lembra dos problemas nos custos de produção. “que sofremos desde o ano passado, com secas, geadas, alta nos preços dos combustíveis e energia elétrica, ainda se fazem sentir, sobretudo, nas proteínas. O câmbio alto, favorecendo a exportação das carnes, também contribuiu para manter os preços das proteínas em alta”.

Presentes de natal

Em relação aos presentes de natal, Peçanha fez algumas afirmações sobre o consumo das pessoas. Segundo o economista, quem não antecipou as compras durante a Black Friday, em novembro, vai desembolsar neste Natal um pouco mais do que no ano passado. Desse modo, a média da variação de preços dos presentes mais procurados ficou em 3,39%, em comparação com 1,39% de 2020, 1,28% em 2019, 1,71% em 2018 e 1,02% em 2017.

Os segmentos que mais subiram foram vestuário (4,80%), acessórios (2,57%), recreação e cultura (2,13%) e eletrodomésticos e eletrônicos (1,73%). Dessa forma, Peçanha alertou que os produtos que mais variam também são os de menor valor. Por isso, o economista recomendou que o consumidor deve ter cautela ao gastar durante o natal.

Além disso, o economista avaliou que o momento é de retorno gradual, “ainda que a variante Ômicron já esteja no radar, e é natural ver o movimento da população de realizar um consumo que foi frustrado nessa mesma época do ano passado, mesmo com um cenário de emprego e renda não convidativos”

Ademais, ele recomendou que, por conta de fatores como a inflação, para economizar, o consumidor deve pesquisar muito. “Hoje, a tecnologia facilita muito isso com buscadores de ofertas. Vale aproveitar descontos e, de repente, juntar com familiares, amigos ou vizinhos para fazer compras em quantidade e ganhar desconto no atacado”, finalizou.

Inflação supera 10% mesmo com BC nas mãos de economistas “linha-dura”

Nem mesmo uma diretoria do Banco Central (BC) com economistas de perfil “linha-dura” ou mais ortodoxos, na linguagem do meio foi capaz de segurar a inflação no governo de Jair Bolsonaro. Que já supera 10%, ou seja, os preços estão muito impactados pelo crescimento.

Nesse sentido, o BC do governo anterior entregou o país com uma inflação rodando na casa dos 2%. Já a diretoria atual viu o IPCA, o índice oficial de preços, superar os 10% no acumulado de 12 meses até setembro. Dessa forma, o número mais recente indica inflação de 10,74% nos 12 meses até novembro.