De acordo com informações oficiais do Banco Central do Brasil (BCB), a inflação elevada impacta diretamente no consumo de diversos alimentos, produtos e serviços. Sendo assim, os preços de alimentos registraram forte alta no trimestre (3,59%), sobretudo pela influência dos alimentos in natura, que subiram 11,73% – movimento sazonal devido à estação chuvosa, mas que esse ano foi intensificado em razão das geadas e do frio intenso ocorridos em agosto, que danificaram algumas lavouras.
Conforme documento oficial do Banco Central do Brasil (BCB), também tiveram aumentos relevantes os produtos mais sensíveis aos preços de commodities agrícolas, como frangos, óleo de soja, café, açúcar e derivados.
Por outro lado, houve recuo no preço da carne, pelo efeito da suspensão das exportações do produto para a China. Os preços dos bens industriais continuaram apresentando alta elevada, de 3,90% no trimestre, informa o Banco Central do Brasil (BCB) em seu Relatório Oficial de Inflação divulgado no último dia 17.
No entanto, persistem alguns gargalos de oferta e não houve, até o momento, arrefecimento da alta dos preços ao produtor dos bens industriais. Dessa forma, continua havendo repasse disseminado dessa pressão de custo aos consumidores. Individualmente, vale destacar a forte alta no preço do etanol (15,53%), que refletiu o balanço apertado de demanda e oferta do produto, associado à alta do preço da gasolina e à quebra da safra de cana?de?açúcar. Nos últimos dias de novembro, no entanto, os preços do etanol mostraram diminuição relevante no atacado.
Além disso, os preços de serviços também têm subido com maior intensidade, após registrarem variações contidas desde o início da pandemia. No trimestre encerrado em novembro, a alta foi de 2,12%, a maior desde fevereiro de 2016, avalia o Banco Central do Brasil (BCB) em documento oficial.
A elevação dos preços de serviços é maior para o componente ex?subjacente, com destaque para passagem aérea, hospedagem e pacote turístico – preços de setores que foram mais intensamente atingidos pelo distanciamento social e que, com a reabertura da economia, têm espaço para serem corrigidos.
Contudo, a inflação subjacente de serviços também se mostra mais elevada, refletindo a disseminação da pressão inflacionária para alta no preço do aluguel, que já pode estar parcialmente associada à inércia inflacionária.
Nesse contexto econômico, a mediana das expectativas para a inflação em 2021 subiu de 8,35% para 10,18%. Para 2022, a mediana das expectativas passou de 4,10% para 5,02%, acima do limite superior do intervalo de tolerância, informa o Banco Central do Brasil (BCB).