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Indústria Brasileira apresenta crescimento com 4ª alta seguida

A produção da indústria brasileira teve uma alta de 0,3% em maio passado em relação a abril deste ano. No entanto, nos últimos 12 meses, a categoria vem tendo uma queda expressiva de -1,9%. Os dados são referentes a uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Se tomarmos como exemplo maio do ano passado, a alta foi de 0,5%. Entretanto, a queda de 1,9% em janeiro atrapalhou as projeções positivas para o ano. A indústria nacional não consegue retornar ao patamar de antes da crise de Covid.

Ademais, esperava-se que a nova pesquisa mostrasse um crescimento superior, com base em estudo da Reuters com diversos economistas, que vislumbrava um crescimento de 0,7% na variação mensal e de 1,1% na anual.

Em 2022 o setor tem apresentado um crescimento de 2,6%, mas se contarmos os últimos 12 meses, como já falamos, há uma queda expressiva. De acordo com o IBGE a produção industrial ainda está 1,1% abaixo de fevereiro de 2020, antes da pandemia e 17,6% inferior ao recorde histórico alcançado em maio de 2011.

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Fraco desempenho

O IBGE afirma que fatores como a alta da inflação, que faz com que os consumidores consumam menos, pois há uma diminuição de sua renda, a alta de juros, que encarece o crédito e diminui os investimentos, e o mercado de trabalho que não progride, fazem com que haja uma retração da atividade industrial como um todo.

Segundo o Instituto, o setor industrial tem bastante espaço para crescer e se recuperar, voltando ao estágio de maior desenvolvimento no passado. Não é uma tarefa fácil, visto que existem ainda empecilhos como a contenção de insumos e componentes para a produção do bem final e o aumento dos custos de produção.

Algumas indústrias vêm procurando reduzir seus custos e se proteger da crise, com paralisações, redução da jornada de trabalho e concedendo férias coletivas. Todavia, se compararmos com o ano de 2020, metade das 26 atividades industriais ainda não conseguiram recuperar seu nível de produção.

Felizmente, cerca de 13 atividades vem apresentando sinais de melhora. Podemos destacar a fabricação de máquinas e equipamentos, que apresentou um crescimento de 22,6% se comparado ao mês anterior ao início da pandemia. Desse modo, o pior cenário é o do setor de móveis que apresenta uma queda de -23,6%.

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Melhora na produção

Em relação ao mês de maio, houve um importante crescimento na produção de três das quatro categorias econômicas e de 19 dentre as 26 atividades industriais. Em síntese, destas, a produção de máquinas e equipamentos cresceu 7,5%, e os veículos automotores, reboques e carrocerias, 3,7%. As indústrias extrativas e de produtos químicos tiveram uma queda de -5,6% e -8,0% respectivamente.  

A princípio, segundo André Macedo, gerente da pesquisa industrial mensal do IBGE, a melhora do desenvolvimento industrial dos últimos tempos está relacionada aos programas do governo buscando promover a renda dos brasileiros, como a liberação do FGTS e a antecipação do 13º para aposentados e pensionistas do INSS.

O crescimento da produção industrial também têm sido influenciado por aspectos como o avanço do mercado de trabalho, e a redução da taxa de desocupação, gerando um aspecto positivo para o setor.

Em maio de 2022 também houve crescimento nos setores de bens de capital, 7,4%, e bens de consumo duráveis, 3,0%. Estas categorias econômicas voltaram a crescer depois de um recuo em abril. Em relação aos bens intermediários, foi o único que teve queda, de -1,3%.

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Cenário futuro para a indústria brasileira

A falta de insumos, limitações de oferta, alto preço das commodities e da energia, aumentando os custos da produção, vem impactando negativamente a indústria brasileira. Apesar destes aspectos, a confiança relativa à dinâmica do setor vem crescendo pelo terceiro mês seguido, em junho.

Podemos observar também que o índice de confiança empresarial obteve o maior patamar desde outubro de 2021. No entanto, espera-se que o país cresça menos no segundo semestre de 2022, por conta da alta de juros motivada pela inflação.

O Banco Central estima que a meta inflacionária deverá ser transgredida pelo segundo ano consecutivo, atingindo o patamar de 8,8%. Desta forma, a expectativa é que os juros cheguem a 13,25% ao ano, o que pode afetar o setor industrial como um todo.