O número de inadimplentes no Brasil continua em um nível bem maior do que o desejado. De acordo com o Mapa da Inadimplência, realizado pela Serasa Experian, 71,45 milhões de pessoas estavam contas atrasadas no Brasil em junho deste ano.
Apesar do número elevado, a quantidade de inadimplentes recuou 0,63% em relação a maio, quando havia 71,90 milhões de pessoas com dívidas atrasadas no país. Aliás, essa foi a primeira vez que a inadimplência recuou em 2023.
Isso mostra que houve uma pequena melhora na situação dos inadimplentes do país. Contudo, é necessário esperar a divulgação dos dados nos próximos meses para saber se a tendência de queda se manterá, ou se o resultado de junho foi isolado.
Confira abaixo a quantidade de inadimplentes no Brasil nos últimos meses:
- Janeiro: 70,09 milhões;
- Fevereiro: 70,53 milhões;
- Março: 70,71 milhões;
- Abril: 71,44 milhões;
- Maio: 71,90 milhões;
- Junho: 71,45 milhões.
Os dados mostram que, nos últimos meses, a quantidade de pessoas com contas atrasadas veio crescendo desde o início do ano. Contudo, em junho, a inadimplência perdeu força no país, havendo uma redução de 450 mil pessoas nessa condição, em relação ao mês anterior. Inclusive, em maio, o número atingiu o maior patamar da série histórica, que teve início em 2016.
Cabe salientar que a inadimplência passou a crescer no país de maneira mais significativa em 2021. Em resumo, a pandemia da covid-19 afetou o mercado de trabalho do país e a renda da população. Assim, muitas pessoas acabaram realizando mais dívidas do que poderiam pagar, e o resultado ainda é visto neste ano no Brasil.
Valor médio das dívidas por pessoa
Em junho deste ano, o valor total das dívidas de pessoas inadimplentes no Brasil chegou a R$ 346,3 bilhões. O montante ficou 0,15% maior que o valor registrado no mês anterior (R$ 345,7 bilhões), ou seja, as pessoas ficaram ainda mais endividadas no sexto mês deste ano, apesar da queda na quantidade de inadimplentes.
A Serasa também revelou que o valor médio das dívidas por pessoa chegou a R$ 4.846,15. Esse montante cresceu 0,78% em relação a maio, quando o valor médio de dívidas por pessoa havia somado R$ 4.808,63.
Segundo os dados do levantamento, existiam 262,80 milhões de dívidas atrasadas no país em junho, valor 0,62% menor que o de maio (264,45 milhões). Em outras palavras, muitas pessoas conseguiram pagar diversos débitos atrasados no mês passado, ajudando a reduzir a inadimplência no país.
Inadimplentes nas UFs
O levantamento ainda revelou a representatividade de inadimplentes na população adulta de cada unidade da federação (UF). Em outras palavras, a Serasa calculou a quantidade de pessoas com dívidas atrasadas e relacionou os dados ao número de habitantes em cada UF.
No Brasil, 43,78% da população estava inadimplente em junho, percentual levemente menor que o de maio (44,09%). Contudo, várias UFs tiveram taxas superiores à média nacional.
A Serasa divulgou um ranking dos líderes em inadimplência, conforme a população de cada um deles. Em síntese, a inadimplência atingiu mais da metade da população em cinco UFs, o que é bastante preocupante.
Confira abaixo as UFs líderes em inadimplência em março:
- Rio de Janeiro: 52,80%;
- Amapá: 52,72%;
- Amazonas: 52,20%;
- Distrito Federal: 52,05%;
- Mato Grosso: 50,33%.
Nos cinco locais citados, mais da metade da população estava inadimplente no sexto mês deste ano. Aliás, o top três teve taxas quase 10 pontos percentuais superiores à média nacional.
Além dessas cinco UFs, o percentual de inadimplentes em outros oito estados também ficou maior que a taxa do Brasil (43,78%), variando entre 44,57% e 49,23%.
Por outro lado, os estados com os menores números de negativados do país foram das regiões Nordeste e Sul. Veja as menores taxas de inadimplência do país.
- Piauí: 36,18%;
- Santa Catarina: 37,14%;
- Maranhão: 38,82%;
- Rio Grande do Sul: 39,22%;
- Paraíba: 39,29%;
- Minas Gerais: 39,42%.
Vale destacar que todas essas taxas percentuais foram alcançadas através da relação de pessoas inadimplentes e da quantidade de habitantes em cada UF. Por isso, não representa o número total de pessoas com dívidas atrasadas no país.
Cartão de crédito impulsiona inadimplência
Além disso, o levantamento mostrou que 31,13% do total de dívidas atrasadas foram referentes a cartões de crédito. Em outras palavras, três em cada dez dívidas atrasadas pelos brasileiros em junho foram referentes a esse segmento.
Embora o percentual tenha ficado muito elevado, a taxa desacelerou em relação a maio (31,94%).
Em segundo lugar ficaram as dívidas com contas básicas, como água, luz e gás. Em resumo, esse segmento respondeu por 22,07% do total das contas atrasadas no país, superando o percentual de maio (21,45%).
Já na terceira posição ficaram os débitos com o varejo, com uma taxa de 11,44%, levemente superior a do mês anterior (11,31%). A saber, esses três segmentos responderam por mais de 64% da inadimplência em junho.
O levantamento também estimou que 50,3% dos inadimplentes do país em junho eram mulheres, enquanto 49,7% eram do gênero masculino.
Por fim, em relação à faixa etária dos inadimplentes, os maiores percentuais vieram das faixas de 41 a 60 anos (34,8%) e 26 a 40 anos (34,7%). Em seguida ficaram as pessoas acima de 60 anos (18,1%) e quem tinha até 25 anos (12,4%).