A Justiça assegura certos direitos trabalhistas aos profissionais que enfrentam o encerramento de suas empresas devido a falências.
A falência ocorre quando uma empresa não consegue mais cumprir seus compromissos financeiros, incluindo o pagamento de seus credores.
Este processo de falência é oficialmente decretado por um juiz, embora seja iniciado apenas após um pedido por parte de um credor.
Quando uma empresa passa por esse doloroso processo, seus funcionários não saem desamparados, pois têm direitos trabalhistas garantidos.
Um exemplo recente de falência é o caso da Saraiva, uma grande loja que teve que fechar suas portas em São Paulo. O pedido de falência foi iniciado pela própria empresa e foi aceito algumas semanas atrás.
É importante esclarecer que essa situação impacta diretamente os trabalhadores, e é por isso que elaboramos este texto para elucidar esse assunto.
A legislação trabalhista prevê proteções para os empregados em situações de falência, garantindo que eles não fiquem desamparados financeiramente.
Essas salvaguardas incluem o pagamento de salários atrasados, rescisões contratuais, indenizações e a possibilidade de ingressar com ações na Justiça para reivindicar seus direitos.
Enfim, este texto foi elaborado para esclarecer esse complexo processo e fornecer informações sobre os direitos trabalhistas em meio a uma situação de falência empresarial.
Antes de tudo, entenda contextos importantes
Recuperação judicial e falência são dois termos que, embora distintos, compartilham uma relação intrínseca no contexto empresarial.
A recuperação judicial é um estágio prévio à falência e serve como um mecanismo legal no qual a empresa, mediada pelo sistema judiciário, busca um acordo com seus credores.
Nessa fase, credores e a empresa podem propor e negociar acordos que visam reestruturar as dívidas e as obrigações da empresa.
Os credores têm a oportunidade de apresentar suas propostas e condições, enquanto a empresa também oferece seus planos para a quitação das dívidas.
O sucesso desse processo depende da aceitação dessas propostas pelos credores, o que pode levar à aprovação de um plano de recuperação.
Todavia, se a empresa não consegue cumprir os compromissos assumidos durante a recuperação judicial, ela pode ser declarada em falência por uma decisão judicial.
Nesse ponto, a empresa não é mais capaz de liquidar suas dívidas e obrigações de maneira viável, e seus ativos podem ser vendidos para pagar os credores. A falência é, portanto, o último estágio, indicando a insolvência total da empresa.
Em qualquer modo, saber sobre os seus direitos trabalhistas nesse caso é fundamental para resguardá-lo.
Mas afinal, o trabalhador possui direitos nesse tipo de situação?
Na situação de uma empresa declarar falência, é essencial compreender os direitos trabalhistas que estão assegurados aos empregados afetados por essa situação.
Nestas circunstâncias, a rescisão do contrato de trabalho pode ser realizada tanto pelo empregador quanto solicitada pelo próprio trabalhador.
Quando uma empresa se encontra em processo de falência, a modalidade de demissão sem justa causa é adotada, pois a rescisão do contrato não decorre de nenhuma ação culposa por parte do trabalhador.
Nesse cenário, os direitos trabalhistas do empregado necessitam ser plenamente garantidos.
É relevante destacar que, durante o período em que a empresa estiver passando pelo processo de recuperação judicial, é obrigada a manter os pagamentos dos salários dos funcionários em dia, assegurando-lhes a estabilidade financeira durante essa fase desafiadora.
Na demissão sem justa causa, o trabalhador possui direito a uma série de multas rescisórias que incluem:”
- Aviso prévio, cuja duração depende do tempo de serviço do empregado na empresa;
- Férias proporcionais acrescidas de 1/3 do seu valor;
- 13º salário proporcional;
- Saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) com acréscimo de 40% sobre o valor total depositado durante o período de trabalho;
- Seguro-desemprego, caso o trabalhador preencha os requisitos estabelecidos pela legislação;
- Eventuais indenizações adicionais, dependendo do contexto específico do contrato de trabalho e das leis aplicáveis.
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Protegendo os direitos trabalhistas após a falência da empresa
Antes de tudo, é importante dizer que, quando uma empresa declara falência, é um sinal claro de que ela não possui recursos suficientes para cumprir com suas obrigações financeiras, o que inclui o pagamento dos salários de seus trabalhadores.
Entretanto, os direitos trabalhistas dos colaboradores são protegidos por lei, mesmo em situações de falência. Para garantir esses direitos, existem algumas medidas que podem ser adotadas:
1 – Negociação Direta com a Empresa:
A primeira etapa é tentar chegar a um acordo diretamente com a empresa falida. Durante essa negociação, é crucial reunir todos os documentos relevantes, como por exemplo contratos de trabalho, comprovantes de salários e qualquer outra informação que possa apoiar o caso do trabalhador.
2 – Assistência Profissional:
Em muitos casos, é benéfico buscar a ajuda de um profissional especializado em leis trabalhistas.
Afinal, esse especialista pode ajudar a calcular os valores que o trabalhador tem direito a receber, levando em consideração salários atrasados, benefícios e possíveis indenizações.
3 – Recorrer a um Processo Trabalhista:
Se a empresa se recusar a cumprir o acordo ou não aceitar as negociações, o trabalhador tem o direito de entrar com um processo trabalhista. Nesse cenário, um advogado trabalhista pode ser fundamental para representar os interesses do trabalhador perante a lei.
4 – Busca por Orientação Profissional:
Em situações de falência, é essencial procurar orientação de um profissional da área trabalhista. Esse especialista pode fornecer insights valiosos sobre os direitos específicos do trabalhador e orientar sobre os passos apropriados a serem tomados.
Além disso, é importante notar que em casos de falência, demissões em massa são comuns. Portanto, é vital que os trabalhadores estejam cientes de seus direitos trabalhistas e ajam rapidamente para proteger seus interesses financeiros e profissionais.