Ibovespa cai para o MENOR NÍVEL em mais de cinco meses

Ibovespa cai para o MENOR NÍVEL em mais de cinco meses

A semana não foi boa para a Bolsa de Valores Brasileira. O Ibovespa, indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira, fechou quatro dos cinco pregões da semana em queda, refletindo a retirada de recursos da bolsa pelos investidores.

Nesta sexta-feira (20), o Ibovespa caiu 0,74%, a 113.155 pontos. Em resumo, esse é o menor patamar do indicador desde o dia 5 de junho, quando o índice fechou o pregão em 112.696 pontos. Isso quer dizer que o Ibovespa está no nível mais baixo em cinco meses e meio.

Com o acréscimo do resultado de hoje (20), o índice fechou a semana em queda de 2,25%, aumentando as perdas acumuladas em outubro para -2,93%. Por outro lado, o Ibovespa ainda reserva ganhos de 3,12% em 2023.

Aliás, o avanço acumulado neste ano chegou a superar 11% em julho, mas o indicador caiu em 18 dos 23 pregões realizados em agosto, período em que teve a maior sequência de quedas já registrada na história, recuando por 13 pregões consecutivos e acumulando perdas de 5,1% no mês.

Conflitos no Oriente Médio derrubam Ibovespa

Durante toda a semana, os investidores ficaram de olho, principalmente, em dois locais: o Oriente Médio e os Estados Unidos. No primeiro caso, todo o mundo continua acompanhando os conflitos entre Israel e Hamas, e todo o impacto que essa guerra poderá provocar no planeta.

A guerra entre Israel e o grupo extremista islâmico Hamas entrou hoje (20) no 14º dia. São duas semanas de muita tensão e ataques de ambos os lados, que já provocaram a morte de mais de 4 mil pessoas, além de milhares de feridos e dezenas de reféns.

Em suma, o que mais repercutiu durante a semana foi um ataque a um hospital no sul da Faixa de Gaza na última terça-feira (17). A ação causou a morte de centenas de pessoas, incluindo crianças, e foi muito criticada por diversos países, uma vez que ataques a hospitais são considerados crimes de guerra.

Israel negou a autoria do ataque e acusou a Jihad Islâmica, que também negou ter atacado o hospital. Essa guerra de narrativas dificultou ainda mais as negociações diplomáticas, aumentando o temor entre os investidores.

A principal preocupação, do ponto de vista econômico, refere-se ao aumento no preço do petróleo caso outros países do Oriente Médio se envolvam nos conflitos. Isso poderia pressionar a inflação em todo o mundo, fazendo os bancos centrais manterem os juros elevados, ou até mesmo voltarem a aumentá-los.

Irã pede embargo de petróleo a Israel

Na semana, o Irã pediu a imposição de um embargo petrolífero a Israel. Em suma, os países mulçumanos e autoridades árabes vêm condenando a atuação de Israel, apesar de o país receber apoio do Ocidente.

Caso os conflitos tenham uma escalada ainda maior, há um risco iminente de problemas na cadeia de produção e exportação de petróleo, ainda mais ao considerar que 60% da produção mundial de petróleo se concentra Oriente Médio.

Nos últimos dias, três fatores causaram muita preocupação entre os investidores:

  • Participação de potências nucleares nos conflitos, como Estados Unidos, Irã e Rússia;
  • Retaliação da Liga Árabe devido ao apoio do Ocidente à Israel, reduzindo a oferta de petróleo;
  • Pressão aos juros, caso o petróleo e o câmbio disparem.

Em síntese, o petróleo é uma das principais commodities do mundo, e o aumento do seu preço pode pressionar a inflação global, já que muitos combustíveis são seus derivados e estes itens exercem forte impacto na taxa inflacionária dos países. Todas essas preocupações derrubaram o Ibovespa na semana.

Alta do petróleo pode impulsionar a inflação global e, consequentemente, os juros nos países
Alta do petróleo pode impulsionar a inflação global e, consequentemente, os juros nos países. Imagem: Pixabay.

Cenário nos EUA também suga dinheiro da bolsa

Todas as preocupações com o Oriente Médio fortaleceram a busca por ativos mais seguros. Em síntese, isso acontece em momentos de grande tensão e incerteza global, como está acontecendo atualmente. Nessas ocasiões, os investidores costumam alocar seus recursos nos Estados Unidos, mais precisamente buscando os títulos do Tesouro americano, chamados de treasuries.

A saber, estes são considerados os ativos mais seguros do mundo, e se valorizaram significativamente nesta semana. Aliás, o presidente do Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, Jerome Powell, disse que o rali dos rendimentos dos títulos norte-americanos não evitará necessariamente a alta dos juros no país.

Ainda não há uma definição sobre os juros nos Estados Unidos, mas boa parte dos analistas ainda acredita na manutenção da taxa na próxima reunião do Fed. O problema é que, na última reunião do ano, em dezembro, a porcentagem de analistas que acreditam no aumento dos juros nos EUA cresceu.

73 das 86 ações do Ibovespa caem na semana

Na sessão de hoje (20), 53  das 86 ações listadas no Ibovespa caíram, enquanto outros 31 papeis subiram e dois se mantiveram estáveis. Ao considerar o acumulado semanal, o resultado foi ainda pior, com 73 ações no vermelho e apenas 12 registrando alta. Isso provocou a forte queda do indicador na semana.

A carteira teórica mais famosa do país movimentou R$ 17 bilhões na semana, 10% abaixo da média dos últimos 12 meses. Em outubro, a média está em R$ 16 bilhões, menor montante mensal de 2023. Por outro lado, o valor mais elevado foi registrado em junho, quando a média diária de giro financeiro no Ibovespa chegou a R$ 21,1 bilhões.

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