O rali do Ibovespa chegou ao fim nesta terça-feira (21). Após quatro avanços consecutivos, o indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira, caiu na sessão de hoje, enfraquecido por incertezas internas.
No pregão de hoje (21) o Ibovespa caiu 0,26%, a 125.626 pontos. Na véspera, o indicador havia atingido o maior patamar em mais de dois anos, e o nível continua próximo dessa marca, já que o recuo foi bem leve.
Em novembro, o Ibovespa acumula ganhos impressionantes de 11,03%. Neste mês, houve apenas quatro sessões no vermelho, mas as quedas foram tão tímidas que não afetaram os ganhos acumulados.
Por outro lado, o índice avançou em nove sessões, com avanços bastante expressivos. Por isso que o saldo mensal chega a 11%, algo que não foi visto em qualquer mês deste ano. Já em 2023, o indicador reserva ganhos de 14,48%.
No pregão, os investidores mostraram preocupação em relação à aceleração da inflação no Brasil em 2024. Em resumo, governadores do Sul e Sudeste mostraram interesse em aumentar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Eles alegaram que a reforma tributária provocou perda de arrecadação.
Esse desejo preocupou os investidores, que temem o aumento da inflação no país no futuro. Isso poderá acontecer porque mais impostos elevam os preços de produtos e serviços, e isso é justamente o que significa inflação.
Como os bancos centrais atuam para limitar o avanço inflacionário, eles acabam elevando os juros no país, visto que esta é a principal ferramenta dos bancos para segurar a inflação.
Nesta terça-feira (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu em sua live semanal o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em suma, o ministro pareceu bem mais preocupado com as contas públicas que o próprio presidente, e os investidores se preocuparam com isso.
Na semana passada, o governo federal revelou que desistiu de alterar a meta fiscal para 2024. Em resumo, o governo segue com o objetivo de zerar o déficit das contas públicas no ano que vem, mas o presidente Lula não vem parecendo dar tanta importância ao tema.
Essa decisão proporciona maior tempo para o ministro Fernando Haddad tentar conseguir a tramitação no Congresso Nacional de algumas medidas que aumentem a arrecadação federal.
Além disso, a meta fiscal de 2024 prevê que o governo federal gaste apenas o que arrecadar e o que possuir em caixa. Em outras palavras, o Executivo não irá aumentar a dívida pública com gastos e investimentos, uma vez que irá gastar apenas o que tiver.
Na sessão de hoje (21), 62 das 86 ações listadas no Ibovespa fecharam o dia em queda, puxando o indicador para baixo. Aliás, a queda poderia ter sido ainda mais intensa, já que apenas 21 papeis fecharam o dia em alta. Outras três ações se mantiveram estáveis no pregão.
A saber, as duas principais empresas listadas no Ibovespa são a mineradora Vale e a Petrobras, que respondem por cerca de 15% e 12% da carteira, respectivamente. As variações registradas por estas empresas exercem bem mais impacto no indicador do que as demais. Por isso que elas têm uma importância tão elevada assim.
No caso da Vale, os papeis subiram 2,42% no dia, figurando como uma das maiores altas do dia e impedindo uma queda mais intensa do Ibovespa. Por outro lado, os papeis da Petrobras caíram no pregão, tanto os preferenciais (PN), que recuaram 0,65%, quanto os ordinários (ON), que fecharam o dia em queda de 0,99%.
A carteira teórica mais famosa do país movimentou R$ 17 bilhões na sessão, abaixo da média dos últimos 12 meses (R$ 18,4 bilhões). Em novembro, o indicador está com uma média diária de R$ 20 bilhões, segundo maior montante de 2023, atrás apenas da média diária de junho (21,1 bilhões).
Na sessão de hoje (21), as ações que tiveram os maiores avanços percentuais foram:
Em contrapartida, os papeis que registraram as quedas mais intensas no dia foram:
Por fim, os papeis ordinários (ON) dão direito a votos em assembleias, algo que não acontece com os preferenciais (PN). Estes têm preferência por dividendos.