Ibovespa CAI DE NOVO, puxado por 77 das 86 ações listadas

Ibovespa CAI DE NOVO, puxado por 77 das 86 ações listadas

O mês de outubro não tá sendo fácil para a Bolsa de Valores Brasileira. Nos dois primeiros pregões do mês, o Ibovespa só fez cair, e os recuos não foram apenas superficiais, mas firmes o suficiente para preocupar em relação as próximos dias.

Nesta terça-feira (3), O Ibovespa caiu 1,42%, a 113.419 pontos. Esse é o menor patamar desde 5 de junho, quando o indicador fechou o pregão a 112.696 pontos, ou seja, em quase quatro meses.

Na sessão, os títulos norte-americanos pressionaram novamente as ações listadas na Bolsa, já que eles continuam aquecidos nos EUA. O cenário atrativo na maior economia do planeta segue retirando capital das bolsas de valores ao redor do mundo, e os países emergentes, como o Brasil, acabam sofrendo mais que os demais.

Embora tenha recuado novamente, o indicador ainda reserva ganhos de 3,36% em 2023, o que evidencia a força do mercado acionário. Contudo, os ganhos chegaram a superar 11% entre janeiro e julho, mas o Ibovespa caiu em 18 dos 23 pregões realizados em agosto, eliminando quase metade destes ganhos.

Aliás, foi em agosto que o Ibovespa teve a maior sequência de quedas já registrada na história, recuando por 13 pregões consecutivos. No entanto, as perdas acumuladas no mês (-5,1%) foram consideradas pequenas para a quantidade de sessões no campo negativo, que poderia ter derrubado ainda mais o indicador.

Títulos americanos aquecidos derrubam Ibovespa

Na véspera (2), os títulos norte-americanos, considerados os ativos mais seguros do mundo, sugaram parte dos ativos alocados em bolsas de valores ao redor do mundo, incluindo o Ibovespa. Nesta terça-feira (3), aconteceu a mesma coisa, e muitos investidores tiraram seus recursos de países emergentes, como o Brasil, para alocarem em nações mais seguras, como os Estados Unidos.

Em resumo, o mercado considera esses papeis, chamados de treasuries, muito seguros, pois as chances de calote do governo dos EUA são praticamente nulas. Eles estão ganhando força nos últimos tempos devido aos temores de uma eventual recessão econômica global no futuro.

Na semana passada, os ativos atingiram os maiores rendimentos em 15 anos. Isso é um fator bastante atraente para os investidores, que acabam retirando recursos das bolsas de valores pelo mundo, como o Ibovespa, e alocando nos EUA.

Títulos americanos aquecidos retiram recursos do Ibovespa, que cai novamente no dia
Títulos americanos aquecidos retiram recursos do Ibovespa, que cai novamente no dia. Imagem: Agência Brasil.

Mercado de trabalho pode afetar juros nos EUA

Nesta terça-feira (3), projeções de crescimento do número de vagas de trabalho criadas nos Estados Unidos em agosto ganharam força entre os investidores.

De acordo com o relatório Jolts, o país deverá registrar a abertura de 690 mil vagas no mês, totalizando 9,610 milhões de empregos. Contudo, os investidores esperavam estabilidade em relação a julho, com o saldo de 8,8 milhões de empregos no país. Os dados oficiais devem ser divulgados ainda nesta semana.

O temor dos investidores é que os dados realmente confirmem o fortalecimento do trabalho no país, o que pode pressionar Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, a aumentar os juros, já que mais trabalho também significa maior volume de dinheiro na mão da população.

O problema é que a taxa já está no maior patamar em mais de 20 anos. Portanto, os consumidores estão com o poder de compra em um nível muito baixo, visto que os juros altos pressionam o custo de vida no país. Além disso, com o aumento dos juros, as treasuries ficam ainda mais atrativas, e isso faz os investidores deixarem as bolsas de valores de lado.

77 das 86 ações do Ibovespa caem na sessão

Na sessão de hoje (2), 77 das 86 ações listadas no Ibovespa caíram, resultado que mostra a disseminação das quedas no dia. O recuo foi ainda mais disseminado do que o observado na véspera, quando 71 papeis caíram. A propósito, o Ibovespa é o indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, a Bolsa Brasileira.

A carteira teórica mais famosa do país movimentou R$ 15 bilhões no pregão de hoje, 25% abaixo da média dos últimos 12 meses, de R$ 20 bilhões. Em outubro, a média está em R$ 13,4 bilhões.

Existem duas empresas muito importantes para o indicador, que concentram mais de um quarto das ações listadas na carteira teórica mais famosa do país. Por isso, os investidores ficam atentos a estas empresas para saber se o indicador vai subir ou cair na sessão.

A primeira empresa é a mineradora Vale, cujas ações respondem por cerca de 15% da carteira do Ibovespa. Em síntese, os papeis da mineradora tiveram uma variação pouco significativa no dia (-0,61%), mas ainda assim ajudaram a enfraquecer o indicador.

A segunda empresa que sempre fica no radar dos investidores é a Petrobras, cujos papeis respondem por cerca de 11,6% da carteira do Ibovespa. Da mesma forma, as ações ordinárias (ON) e preferenciais (PN) da estatal também caíram no dia. Os recuos foram de -1,18% e -0,44%, respectivamente.

Por fim, cabe salientar que os acionistas preferenciais não têm qualquer controle ou poder de decisão sobre o futuro da empresa. No entanto, os acionistas ordinários podem exercer algum controle sobre a empresa.

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