O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou uma nota alertando que a escassez de recursos humanos no órgão ameaça a produção de informações estratégicas para o país. De acordo com o Instituto, desde 2008 o IBGE perdeu mais de 2.400 servidores, o equivalente a um terço do total.
“Este quadro pode se agravar ainda mais, chegando a um impasse, pois, hoje, mais de um terço do quadro funcional do IBGE já está apto a requerer aposentadoria. Essa crise ameaça todo o plano de trabalho do Instituto, incluindo a realização do Censo Demográfico 2020, que já se encontra em planejamento”, diz o texto.
De acordo com o IBGE, entre 2008 e 2018 houve uma redução de 32,5% de sua força de trabalho. Para amenizar essa redução, o órgão falou que necessita abrir um novo concurso.
“As reposições feitas por alguns concursos e as reorganizações técnicas, administrativas e tecnológicas ocorridas ao longo desse período procuraram reduzir as perdas, mas agora, diante da severidade da redução do quadro de servidores, somente um novo concurso público poderá resolver essa situação-limite”, afirmou o IBGE.
Situação pode se agravar
A redução do quadro de pessoal de servidores pode se agravar ainda mais, já que menos 36% dos atuais servidores já estão aptos a requerer a aposentadoria. Para o presidente do IBGE, Roberto Olinto Ramos, “se parte das aposentadorias se realizarem, não é improvável que cheguemos a meados de 2019 com bem menos de 4.000 funcionários”.
A drástica redução de recursos humanos já se evidencia na rede de agências do IBGE, que são responsáveis pelas rotinas de entrevistas domiciliares e pela coleta mensal de informações junto a empresas e produtores rurais. Essa rede propicia a capilaridade indispensável às operações estatísticas e geográficas do Instituto, considerando-se as dimensões do território brasileiro.
Agências
De um total de 583 agências, 232 já operam com apenas dois servidores, elevando o risco de não realização das rotinas administrativas e técnicas. Outras 61 agências possuem apenas um servidor e estão ameaçadas de fechamento já nos próximos meses. Nos últimos quatro anos, 16 agências do IBGE foram fechadas, pois os funcionários responsáveis se aposentaram e não houve como substituí-los.
Missão
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ocupa diariamente as TVs, rádios, celulares e computadores dos brasileiros. São notícias pautadas por mais de 50 pesquisas com informações sobre mercado de trabalho, atividades econômicas e condições de vida da população.
Os indicadores produzidos pelo IBGE orientam investimentos e subsidiam políticas implementadas pelas três esferas de governo. Alguns exemplos: o índice oficial de inflação (IPCA), que calibra a SELIC e as metas do Banco Central; o PIB trimestral e anual, para o país, seus estados e cada um dos seus 5.570 municípios; o acompanhamento mensal e anual da produção agropecuária, auxiliando o controle do abastecimento e da inflação; estudos sobre a fecundidade e a mortalidade da população, subsidiando investimentos em Educação, Saúde, Habitação, e Segurança Pública, além da distribuição dos Fundos de Participação dos Estados e dos Municípios, pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Censo Demográfico está ameaçado
Ao longo de 82 anos de trabalho, o IBGE tornou-se uma referência internacional, inclusive em tecnologia, pois foi o primeiro instituto de estatística do mundo a realizar um Censo Demográfico inteiramente digital e georreferenciado, ainda em 2010. Desde então, essa tecnologia vem sendo exportada para vários países, por meio de programas de cooperação internacional.
“O Censo Demográfico é a única pesquisa capaz de fornecer resultados para municípios, distritos e bairros. Não é possível implementar políticas habitacionais, de saneamento, educacionais e outras, em nível municipal, sem essas informações. É o Censo que permite conhecer as características sociodemográficas da população nos recortes geográficos mais detalhados”, lembra o diretor de Pesquisas do IBGE, Claudio Crespo.
Mas a realização do Censo Demográfico 2020 está ameaçada, diante da avalanche de aposentadorias sem a reposição do quadro. Desde 2017, a Direção do IBGE vem empreendendo ações para viabilizar a realização de concurso público para o preenchimento de 1.800 vagas, medida imprescindível para evitar a descontinuidade de atividades essenciais do Instituto. No entanto, até o momento não foram concedidas autorizações para os pleitos apresentados.
O IBGE vem, também, trabalhando junto ao Congresso Nacional para que este acolha e aprove as emendas parlamentares que recompõem o orçamento para a reposição de pessoal, além das atividades do Censo 2020.
“O IBGE solicita o apoio das instituições públicas e privadas, de pesquisadores, associações e da sociedade em geral para que as emendas sejam acolhidas e aprovadas”, afirma o diretor de Pesquisas.
Novo pedido
Apesar do pedido ter sido negado, os concurseiros não podem desanimar. Acontece que o IBGE já confirmou que vai encaminhar um novo pedido de concurso ao Ministério do Planejamento. De acordo com a lei, os órgãos poderão protocolar pedidos de novos concursos até o dia 31 de maio. Até o momento, a expectativa é que o pedido seja feito com 1.800 vagas, mesmo quantitativo da última solicitação. O órgão já esclareceu que o pedido protocolado em 2018 se tratava de um reforço no pedido de 2017.
A solicitação de abertura do concurso IBGE foi para 1.200 vagas de técnico de nível médio e 600 para analista de nível superior. A remuneração é de R$3.890,87 para o técnico e R$8.213,07 para analista, salários em que já constam o auxílio-alimentação de R$458. Além das vagas citadas, são esperadas 250 mil vagas para realização do Censo.
Remoção interna
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai realizar o processo de remoção interna, etapa para servidores que já são do órgão e que desejam mudar de lotação. Geralmente é um processo que antecede a realização de um novo concurso.
O órgão tem grande expectativa de divulgar a abertura de um novo concurso, mas ainda depende da autorização do Governo. É bem provável que o Instituto esteja “adiantando” todo o processo para, quando o certame for autorizado, o órgão consiga divulgar o concurso de imediato.
Edital concurso IBGE
O novo edital de concurso do IBGE 2018 poderá contar com vagas para os cargos de técnico, de nível médio, analista e tecnologista, os mesmos cargos ofertados no último certame. O técnico do IBGE fará jus ao salário de R$ 3.471,85, podendo chegar a R$ 5.011,01, com titulação. Já analistas e tecnologistas possuem rendimentos de R$ 7.373,49, que chegam a até R$ 9.107,88, com titulação. Os aprovados são contratados sob regime estatutário, o que garante a estabilidade empregatícia.
O aprovado terá direito ao Auxílio Alimentação, no valor de R$ 373,00 (trezentos e setenta e três reais), além de benefícios a título de Assistência à Saúde (Médica e Odontológica), opcional, ao servidor e aos seus dependentes, com valores que variam entre R$ 82,83 (oitenta e dois reais e oitenta e três centavos) e R$ 167,70 (cento e sessenta e sete reais e setenta centavos) por pessoa, conforme a remuneração e a idade do servidor, de acordo com a Portaria MP nº 625, de 21 de dezembro de 2012.
O Técnico de Nível Médio deverá realizar as seguintes atividades: a) coletar dados em diversas fontes, planejar, organizar, criticar, corrigir, lançar, tratar e manter os dados garantindo a sua integridade, confidencialidade, disponibilidade, atualização e fidedignidade; b) realizar entrevistas em domicílios e estabelecimentos informantes para obtenção de dados conforme metodologia e plano de supervisão da pesquisa; c) realizar levantamentos topográficos/geográficos/cartográficos com vistas a manter atualizada a base territorial dos municípios; d) proceder à compilação, montagem e organização dos elementos cartográficos, segundo as especificações e normas adotadas; e) executar e apoiar as tarefas ligadas à manutenção e atualização da rede física dos marcos geodésicos do IBGE; entre outras funções.
As principais atribuições para o cargo de Analista de Planejamento, Gestão e Infraestrutura em Informações Geográficas e Estatísticas são voltadas para o exercício de atividades administrativas e logísticas relativas ao exercício das competências institucionais e legais a cargo do IBGE e para o cargo de Tecnologista em Informações Geográficas e Estatísticas, as atribuições são voltadas às atividades especializadas de produção, análise e disseminação de dados e informações de natureza estatística, geográfica, cartográfica, geodésica e ambiental; conforme estabelecido no artigo 71, incisos II e IV, da Lei nº 11.355, de 19 de outubro de 2006.
Prepare-se:
Apostila Concurso IBGE – Atualizada
O que estudar para o cargo de Técnico?
LÍNGUA PORTUGUESA: Elementos de construção do texto e seu sentido: gênero do texto (literário e não literário, narrativo, descritivo e argumentativo); interpretação e organização interna. Semântica: sentido e emprego dos vocábulos; campos semânticos; emprego de tempos e modos dos verbos em português. Morfologia: reconhecimento, emprego e sentido das classes gramaticais; processos de formação de palavras; mecanismos de flexão dos nomes e verbos. Sintaxe: frase, oração e período; termos da oração; processos de coordenação e subordinação; concordância nominal e verbal; transitividade e regência de nomes e verbos; padrões gerais de colocação pronominal no português; mecanismos de coesão textual. Ortografia. Acentuação gráfica. Emprego do sinal indicativo de crase. Pontuação. Estilística: figuras de linguagem. Reescrita de frases: substituição, deslocamento, paralelismo; variação linguística: norma culta. Observação: os itens deste programa serão considerados sob o ponto de vista textual, ou seja, deverão ser estudados sob o ponto de vista de sua participação na estruturação significativa dos textos.
GEOGRAFIA: Noções básicas de cartografia: Orientação: pontos cardeais; Localização: coordenadas geográficas (latitude, longitude e altitude); Representação: leitura, escala, legendas e convenções. Natureza e meio ambiente no Brasil: Grandes domínios climáticos; Ecossistemas. As atividades econômicas e a organização do espaço: Espaço agrário: modernização e conflitos; Espaço urbano: atividades econômicas, emprego e pobreza; A rede urbana e as Regiões Metropolitanas. Formação Territorial e Divisão Político-Administrativa: Divisão Político Administrativa; Organização federativa. Dinâmica da população brasileira (fluxos migratórios, áreas de crescimento e de perda populacional).
MATEMÁTICA: Conjuntos: operações e problemas com conjuntos. Conjuntos dos números naturais, inteiros, racionais, reais e suas operações. Representação na reta. Unidades de medida: distância, massa, tempo, área, volume e capacidade. Álgebra: produtos notáveis, equações, sistemas e problemas do primeiro grau, inequações, equação e problemas do segundo grau. Porcentagem e proporcionalidade direta e inversa. Sequências, reconhecimento de padrões, progressões aritmética e geométrica. Juros e noções de matemática financeira. Problemas de raciocínio. Geometria plana: distâncias e ângulos, polígonos, circunferência, perímetro e área. Semelhança e relações métricas no triângulo retângulo. Geometria espacial: poliedros, prismas e pirâmides, cilindro, cone e esfera, áreas e volumes. Matemática discreta: princípios de contagem, noção de probabilidade, noções de estatística, gráficos e medidas.
CONHECIMENTOS SOBRE O IBGE: Conhecimentos específicos sobre o IBGE: informações sobre a Instituição, conceitos básicos para o desenvolvimento do trabalho na Agência e da atividade do Técnico de Coleta (apostila disponibilizada no endereço eletrônico www.fgv.br/fgvprojetos/concursos/ibge para download).
O que estudar para o cargo de Analista?
CONHECIMENTOS BÁSICOS ANALISTA E TECNOLOGISTA (EXCETO TECNOLOGISTA – ÁREA DE CONHECIMENTO DE ESTATÍSTICA)
LÍNGUA PORTUGUESA: Elementos de construção do texto e seu sentido: gênero do texto (literário e não literário, narrativo, descritivo e argumentativo); interpretação e organização interna. Semântica: sentido e emprego dos vocábulos; campos semânticos; emprego de tempos e modos dos verbos em português. Morfologia: reconhecimento, emprego e sentido das classes gramaticais; processos de formação de palavras; mecanismos de flexão dos nomes e verbos. Sintaxe: frase, oração e período; termos da oração; processos de coordenação e subordinação; concordância nominal e verbal; transitividade e regência de nomes e verbos; padrões gerais de colocação pronominal no português; mecanismos de coesão textual. Ortografia. Acentuação gráfica. Emprego do sinal indicativo de crase. Pontuação. Estilística: figuras de linguagem. Reescrita de frases: substituição, deslocamento, paralelismo; variação linguística: norma culta. Observação: os itens deste programa serão considerados sob o ponto de vista textual, ou seja, deverão ser estudados sob o ponto de vista de sua participação na estruturação significativa dos textos.
LÍNGUA INGLESA Estratégias de leitura: compreensão geral; reconhecimento de informações específicas; capacidade de análise e síntese; inferência e predição; reconhecimento do vocabulário mais frequente em quaisquer tipos de textos; cognatos e falsos cognatos; função retórica; uso de metáfora. Estratégias discursivas: compreensão de partes específicas de textos de diferentes gêneros; função e estrutura discursiva; marcadores de discurso; elementos de coesão e coerência. Aspectos lexicais: reconhecimento do vocabulário mais frequente em quaisquer tipos de textos; cognatos e falsos cognatos; expressões idiomáticas; sinonímia e antonímia. Aspectos gramaticais: uso de artigos definidos e indefinidos; tempos e modos verbais; uso de preposições, conjunções e pronomes e modais; comparação; concordância nominal e verbal; formação e classe de palavras; relações de subordinação e coordenação; voz passiva, discurso direto e indireto.
RACIOCÍNIO LÓGICO QUANTITATIVO I: Noções básicas de lógica: conectivos, tautologia e contradições, implicações e equivalências, afirmações e negações, silogismos. II – Estrutura lógica de relações entre pessoas, lugares, objetos e eventos. III – Dedução de novas informações a partir de outras apresentadas. IV – Lógica da argumentação. V – Diagramas lógicos. VI – Análise, interpretação e utilização de dados apresentados em tabelas e gráficos. VII – Métodos Quantitativos – Estatística descritiva e análise exploratória de dados: média, mediana, quartis, variância, desvio padrão, coeficiente de variação, histograma. Números–índices e medidas de concentração: conceitos fundamentais e aplicações básicas. Probabilidade: definições básicas e conceitos, regras de probabilidade, distribuições binomial e normal. Inferência estatística: métodos de estimação pontual, propriedades dos estimadores, estimação por intervalos, testes de hipóteses simples.
Além disso, há conteúdo específico, inerente a cada especialidade de Analista e Tecnologista. O edital poderá contar com oportunidades para Análise de Sistemas/ Desenvolvimento de Aplicações – Web Mobile, Análise de Sistemas/Desenvolvimento de Sistemas, Análise de Sistemas/Suporte Operacional, Análise em Biodiversidade, Auditoria, Biblioteconomia, Ciências Contábeis, Design Instrucional, Economia, Educação Corporativa, Engenharia Agronômica, Engenharia Cartográfica, Engenharia Civil, Engenharia Florestal, Estatística, Geografia, Geoprocessamento, Jornalismo/Redes Sociais, Orçamento e Finanças, Planejamento e Gestão, Processos Administrativos Disciplinares, ProgramaçãoVisual/Webdesign, Recursos Humanos – Administração de Pessoal, Recursos Humanos – Desenvolvimento de Pessoas e Recursos Materiais e Logística.
Último Concurso IBGE
O último concurso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística aconteceu em 2015, quando contou com 600 vagas, sendo 460 são de técnico, de nível médio, 90 de analista e 50 de tecnologista.
As vagas foram destinadas as seguintes localidades:
-Nível Médio: São Paulo (56), Acre (5), Alagoas (8), Amazonas (7), Bahia (39), Ceará (24), Distrito Federal (20), Espírito Santo (9), Goiás (18), Maranhão (12), Minas Gerais (46), Mato Grosso do Sul (6), Mato Grosso (8), Pará (18), Paraíba (8), Pernambuco (25), Piauí (10), Paraná (31), Rio de Janeiro (36), Rio Grande do Norte (8), Rondônia (6), Rio Grande do Sul (30), Santa Catarina (17), Sergipe (8) e Tocantins (5);
-Nível Superior (Analista): Rio de Janeiro (73), Espírito Santo (1), Minas Gerais (1), Mato Grosso (1), Santa Catarina (1), Amazonas (1), Amapá (2), Maranhão (1), Pará (1), Pernambuco (1), Piauí (1), Rio Grande do Norte (1), Rio Grande do Sul (1) e São Paulo (2), além do Distrito Federal (1).
-Nível Superior (Tecnologista): Rio de Janeiro (45), Goiás (1), Bahia (1), Santa Catarina (2) e Pará (01).
A prova foi composta de 60 questões objetivas para os candidatos a técnico e 70 para os interessados nos cargos de analista e tecnologista, exceto Análise de Sistemas, que terá 60. Haverá ainda provas discursiva (para Análise de Sistemas) e prática (tecnologista de Programação Visual). Os candidatos de nível médio realizaram provas de Português (20), Geografia (15), Raciocínio Lógico (15), Conhecimentos Gerais (dez) e Conhecimentos Específicos (10). Já os inscritos em funções de nível superior, foram avaliados por matérias de Português, Inglês, Raciocínio Lógico e Conhecimentos Específicos.
Para aprovação, o candidato precisou obter nota superior a 10,00 pontos na prova objetiva de Conhecimentos Básicos; nota superior a 21,00 pontos na prova objetiva de Conhecimentos Específico; e nota superior a 36,00 pontos no conjunto das provas. As provas foram aplicadas em todas as capitais do país.