A dinâmica do mercado de trabalho está em constante evolução, e uma tendência que tem ganhado destaque nas últimas décadas é o aumento do trabalho autônomo. No entanto, uma preocupação latente nesse cenário é a informalidade, que afeta uma grande parcela dos trabalhadores autônomos no Brasil.
Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022, 65,8% dos trabalhadores por conta própria no país estavam atuando na informalidade. Entenda essa realidade e saiba quais são as regiões mais afetadas e os setores mais impactados por essa situação.
Em 2022, o Brasil contava com aproximadamente 30,2 milhões de empregadores e trabalhadores por conta própria. Em suma, este é um número significativo que reflete a diversidade de atividades econômicas presentes no país. Contudo, o dado alarmante é que a grande maioria desses trabalhadores, cerca de 65,8%, atuava na informalidade.
Em suma, o termo “informalidade” se refere à ausência de registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), o que significa que esses trabalhadores não possuem uma formalização legal de suas atividades. Desse modo, isso pode resultar em uma série de desafios, como a falta de acesso a benefícios previdenciários e a dificuldade em obter crédito financeiro.
As disparidades regionais também são evidentes quando se trata de informalidade no trabalho autônomo. Conforme dados do IBGE, as regiões Norte e Nordeste são as mais afetadas, com taxas de informalidade de 84,9% e 80%, respectivamente.
Desse modo, essas altas proporções podem estar relacionadas a fatores socioeconômicos específicos dessas regiões, como a falta de oportunidades formais de emprego e a presença de uma economia mais voltada para atividades informais.
Em seguida, temos o Centro-Oeste, com uma taxa de informalidade de 61,4%, o Sudeste, com 58,6%, e o Sul, com 53,8%. Embora essas regiões apresentem taxas de informalidade mais baixas em comparação com o Norte e o Nordeste, ainda são números preocupantes que merecem atenção.
Outro aspecto relevante revelado pelo relatório do IBGE é a distribuição dos trabalhadores autônomos por setor de atividade. Dessa forma, o comércio e os serviços despontam como os setores que mais abrigam esses profissionais, com estimativas de 22,4% e 41,3%, respectivamente.
Visto que essas áreas são conhecidas por oferecerem oportunidades para trabalhadores autônomos, seja como comerciantes independentes ou prestadores de serviços diversos. No entanto, o mesmo relatório mostra que tanto o comércio quanto os serviços também apresentam altas taxas de informalidade.
Apenas 49,0% dos trabalhadores autônomos do comércio e 39,6% dos trabalhadores autônomos do setor de serviços possuem registro no CNPJ. Assim, isso sugere que mesmo nos setores com maior presença de trabalhadores autônomos, a informalidade é um desafio significativo.
A informalidade no trabalho autônomo é um fenômeno complexo que envolve questões econômicas, sociais e regulatórias. Embora o trabalho autônomo ofereça flexibilidade e oportunidades para muitos brasileiros, a falta de formalização pode prejudicar a segurança financeira e o acesso a direitos trabalhistas.
Para lidar com esse desafio, é necessário um esforço conjunto do governo, das empresas e dos próprios trabalhadores autônomos. Assim, medidas que promovam a formalização e a capacitação desses profissionais podem contribuir para a redução da informalidade e para a melhoria das condições de trabalho.
Em resumo, os dados do IBGE revelam que a informalidade é uma realidade preocupante para a maioria dos trabalhadores autônomos no Brasil, com taxas especialmente altas nas regiões Norte e Nordeste. No entanto, para promover uma economia mais inclusiva e justa, é fundamental abordar esse problema e buscar soluções que beneficiem tanto os trabalhadores quanto a sociedade como um todo. Por fum, uma das alternativas para o trabalhador é a formalização como MEI.