A pandemia do novo coronavírus modificou totalmente o cenário da educação no Brasil e no mundo. Para evitar a disseminação, foi necessário parar com as aulas presenciais. E com o isolamento veio à tona um tema polêmico, mas que precisa ser debatido: o homeschooling.
Podendo ser traduzido ao pé da letra como “escola em casa”, o termo homeschooling tem ganhado força e dividindo a sociedade.
Muitos especialistas defendem que é um risco “romantizar” essa modalidade de educação, apesar de já existirem projetos em tramitação no Congresso.
Afinal, há muitos obstáculos para que todos tenham a mesma qualidade de acesso ao aprendizado à distância. Com o isolamento essas dificuldades ficaram sobressalentes e preocupam pais, educadores e especialistas.
Lares sem internet e estrutura
91% de estudantes de todas as classes sociais estão fora da escola, de acordo com estudo da Fiocruz, realizado em maio.
Mas isso não significa que estão de férias. O ano letivo continua normalmente e as instituições, tanto privadas quanto públicas tentam achar alternativas para que as aulas cheguem aos alunos.
Em meio a tudo isso estão os pais, aflitos por que precisam trabalhar e ao mesmo tempo buscar meios de amparar os filhos nos estudos.
Também há o triste déficit de acesso à internet. Segundo um levantamento do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), cerca de 30% dos lares brasileiros não estão “conectados”.
Dessa maneira, a discussão em torno da possibilidade de homeschooling no Brasil ou, pelo menos, do EAD para o ensino fundamental e médio ganha outras nuances.
Nova Medida Provisória sobre o homescholling
Enquanto isso, toda essa circunstância devido o período de isolamento social em boa parte do país tem surtido efeito em Brasília.
Em abril, o Ministério da Educação destinou à Casa Civil um rascunho de Medida Provisória sobre a implementação do homeschooling. Por ora, está em vigência a MP 934, que regulamenta a educação domiciliar em decorrência da pandemia.
Com a saída de Abraham Weintraub do MEC no último dia 18, o novo cotado para o cargo é Carlos Francisco de Paula Nadalim, atual secretário de Alfabetização e defensor do ensino em casa. Caso seja nomeado para a pasta, pode ser que o assunto se torne ainda mais relevante.