Histórico familiar pode ser indício de psicose pós-parto
Muitas pessoas associam os transtornos emocionais e psiquiátricos após o parto apenas com a depressão, entretanto, há outras condições que são frequentes neste período, como por exemplo, a psicose pós-parto ou psicose puerperal, como também é conhecida.
A psicose pós-parto é um distúrbio que afeta entre 0,1%-0,2% da população global, sendo ainda mais frequente em mulheres com transtorno bipolar.
O início desta condição é rápido e pode ser identificado, geralmente nas duas primeiras semanadas após a mulher dar a luz.
Apesar se não haver um motivo específico para o surgimento da condição, o histórico familiar pode ser considerado um fator agravante para a psicose puerperal.
Diante disto, caso haja na família casos deste transtorno é essencial informar ao médico obstetra, a fim de garantir um acompanhamento mais minucioso do caso.
Outros gatilhos associados à Psicose Puerperal
Além do histórico familiar, outros motivos podem desencadear o distúrbio, entre eles:
- Primiparidade (primeiro filho)
- Complicações obstétricas
- Antecedentes de doenças psiquiátricas
- Conflitos na vida pessoal
- Gravidez não planejada
Vale destacar, que a agravação da depressão pós-parto, também pode resultar neste quadro de psicose puerperal.
Sintomas da Psicose Puerperal
Ficar alertar para os sintomas e diferenças deste quadro para outras doenças psiquiátricas é fundamental, a fim de garantir um diagnóstico correto e iniciar o tratamento de forma precoce.
Os principais sintomas da psicose puerperal inclui a alteração de humor, desde estados de euforia à irritação, discurso acelerado, agitação, insônia. Além do descontrole emocional, a mulher também pode apresentar sensação de fraqueza intensa, dificuldade para se movimentar, visualizar vultos e ouvir vozes.
Já em relação aos cuidados com o bebê, essas mães podem passar desde indiferença à obsessão, colocando em muitos casos, a vida do pequeno em risco.
Tratamento para Psicose Puerperal
Visto que os sintomas podem aparecer de repente ou também, irem se agravando conforme o passar dos dias, é extremamente necessário buscar auxílio médico ao notar as primeiras alterações comportamentais.
O tratamento geralmente é realizado por médico psiquiátrico e inclui a introdução medicamentosa com antidepressivos e anticonvulsionantes. Dependendo do quadro, também poderá ser empregado o uso de eletroconvulsoterapia.
A psicoterapia também pode ser associada como ação complementar ao tratamento, principalmente, naquelas mulheres que tiveram a psicose decorrente de uma depressão pós-parto. Este tipo de intervenção ajuda a mulher a compreender os sentimentos passados durante este período sem ter culpa.
A internação hospitalar é outra alternativa que evita riscos à saúde da mãe e do bebê, durante este estágio.
Seguindo as indicações médicas de forma adequada, há uma remissão completa da condição em 20% das mulheres sem recorrências posteriores.
Vale destacar, que o apoio do parceiro e de toda a família é fundamental durante este período.
Outras doenças relacionadas ao período pós-parto
Além da psicose puerperal, outras agravações são recorrentes após a mulher dar a luz, entre elas, as mais comuns são:
- Depressão Pós-parto: A depressão pós-parto ocorre entre duas a três semanas após o nascimento do bebê, seguido de sintomas como tristeza, desmotivação e até pensamentos de suicídio. O tratamento inclui a terapia farmacológica;
- Baby Blue (Disforia pós-parto): Sentimentos de despersonalização, irritabilidade e angústia são recorrentes neste quadro, que aparecem entre o quarto e quinto dia pós-parto e desaparecem de forma espontânea no máximo em duas semanas.
- Perturbações da ansiedade no pós-parto: A perturbações de ansiedade também podem prevalecer no período pós-parto, abrangendo desde a generalizada, a fobia social, obsessiva-compulsiva, pânico e quadros de estresse pós-traumático.
Aproximadamente 85% das mulheres sofrem de alguma dessas perturbações de humor pós-parto.