História do cheque no Brasil: chegada do Pix reduz drasticamente seu uso; Veja detalhes

História do cheque no Brasil: chegada do Pix reduz drasticamente seu uso; Veja detalhes

O cheque é uma forma de pagamento em que o emissor solicita ao banco o pagamento de uma certa quantia para determinado beneficiário. Basicamente, ele funciona como um tipo de crédito ao cliente da instituição bancária, podendo ser feito a prazo ou à vista.

Geralmente os bancos entregam um talão de cheque bloqueado ao utente. Assim, é necessário desbloqueá-lo para uso, de modo a garantir a segurança.

O cheque é um meio que está em uso no Brasil desde 1845, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Desde então, o uso do teve um relevante crescimento, e se algo comum como cartões de débito são hoje.

O ápice do uso do cheque no Brasil

Por um longo período o cheque era considerado uma das melhores formas de recebimento e envio de dinheiro, assim como uma das mais seguras.

O cheque era considerado seguro em virtude de leis que asseguravam recebíveis de cheque sem fundo. Assim, o cheque foi acompanhado por toda a base de desenvolvimento de serviços bancários.

O auge do cheque no Brasil foi na década de 1990. Em 1995, durante a implementação do plano real, mais de 3,3 bilhões de cheques foram abatidos por beneficiários. A partir dos anos 2000, com a modernização com novos meios de pagamento, o uso do cheque foi diminuindo.

A baixa no uso de cheques

Na década de 2000, o Banco Central disponibilizou formas de pagamento e transferências inovadoras para a época. O primeiro meio divulgado foi o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), responsável por intermediar instituições para realização de operações financeiras.

Posteriormente, o Banco Central promoveu a Transferência Eletrônica Disponível (TED), permitindo as transações com efetivação no mesmo dia ou no próximo dia útil. Os novos sistemas representaram grandes inovações para a época, fazendo com que o uso dos cheques compensados reduzissem em 22% desde 1995 até aquele momento.

A partir disso, as instituições financeiras seguiram progredindo e aperfeiçoando seus sistemas de forma tecnológica, com mais formas de transferências. Além disso, os cartões de crédito e débito se popularizaram, trazendo os pagamentos imediatos.

Com a chegada do Pix, permitindo transferências sem custos, a qualquer dia e horário, houve uma grande redução no uso do cheque. Desde então, a compensação de cheques caiu 93,4% desde 1995 segundo a federação de bancos, até o final de 2022.

Segundo a Febraban, a utilização do cheque vinha diminuindo por conta dos formatos digitais disponibilizados. Segundo Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban, as funções digitais compõem 70% das operações bancárias no Brasil. Tal valor é impulsionado pelo funcionamento do Pix, disponibilizado aos brasileiros no final de 2020.

O uso ainda resiste no Brasil

O uso de cheques reduziu drasticamente desde seu auge. Apesar disso, ainda resiste no Brasil, principalmente entre os mais idosos. Por não serem habituados a tecnologia, ou em casos em que não se têm escolaridade para entender o funcionamento desses serviços, a população de mais idade acaba preferindo o uso do método mais antigo.

Além de ser um meio mais simples de se utilizar para uma parte da população, o uso do cheque por alguns ainda é considerado mais favorável nos pagamentos a prazo, sobretudo quando se refere a um alto valor ou parcelado.

Essa preferência se dá por conta de que, após a data de vencimento em cartões de crédito, é cobrada uma taxa de juros se o pagamento não for feito. Já no pagamento pelo cheque, o beneficiário pode apresentá-lo ao banco por uma segunda vez sem cobrança de juros ao emissor, isso quando não há dinheiro na conta para compensá-lo no primeiro depósito.

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