O evento conhecido como “aclamação de Amador Bueno” ocorreu no período em que o Brasil ainda era uma colônia de Portugal.
O tópico pode ser abordado em concursos, na prova do ENEM e em vestibulares, especialmente aqueles do estado de São Paulo.
A aclamação de Amador Bueno foi uma revolta que ocorreu no ano de 1641, na Vila de São Paulo.
Precisamos destacar que a colonização portuguesa em terras brasileiras não foi hegemônica e calma, principalmente durante o período denominado de União Ibérica (1580 a 1640), em que os espanhóis passaram a controlar os domínios portugueses.
Durante esses 60 anos, os bandeirantes paulistas capturavam índios e os comercializavam para os espanhóis. Esses indígenas seriam utilizados como mão-de-obra escrava no lugar daquela dos escravizados africanos, uma vez que essa última era mais cara e estava em escassez na época.
Os índios eram comercializados como escravos tanto naquilo que hoje denominados de Brasil como na região do Rio da Prata, que também era dominada pelos espanhóis.
No ano de 1640, porém, a União Ibérica terminou e, com ela, o domínio espanhol em terras brasileiras também conheceu o seu fim.
Portugal assumiu novamente o controle de todas as suas colônias e decidiu instalar algumas regras novas. Uma delas, influenciada pela Igreja Católica, envolvia a proibição da escravização dos povos indígenas.
Essa proibição tinha interesses puramente econômicos. Afinal, sem a mão de obra indígena, que era capturada dentro do território brasileiro, os colonos seriam obrigados a comprar os escravos oferecidos pela coroa portuguesa, aumentando o lucro da mesma.
Os bandeirantes paulistas, que capturavam os indígenas, e os colonos que eram donos das fazendas ficaram inconformados com as políticas estabelecidas por Portugal, uma vez que eles perderiam lucros com a proibição da escravização indígena.
Assim, é nesse contexto de indignação que um levante começa a se formar, com o objetivo de exigir o fim dessa proibição.
Quase toda a população de colonos era a favor da escravização dos índios e eles precisavam apenas de um nome que tivesse grande impacto perante o governo. Dessa forma, o movimento elegeu Amador Bueno, fazendeiro da região que era a favor do movimento, para ser o porta-voz do movimento.
No entanto, ao ser convidado para liderar o levante, Amador Bueno recusou a oferta, afirmando ser leal a Portugal. Essa atitude fez com que o movimento perdesse a sua força: o ato de recusa foi visto como uma prova de lealdade à coroa portuguesa e, assim, a proibição da escravidão indígena foi mantida.