Economia

Guedes afirma que privatizaria tudo, mas Bolsonaro barra Petrobras, BB e Caixa

Guedes afirmou também que respeita a decisão de Bolsonaro, pois "o fenômeno eleitoral é ele"

Paulo Guedes, ministro da Economia, afirmou nesta terça-feira (02) que, se tivesse controle, privatizaria todas as empresas estatais do Brasil. Mas, segundo o ministro, Bolsonaro não permite que isso seja feito com o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobras.

“Pra mim, estatal boa é a que foi privatizada”, disse ele durante entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan. “Essas três o presidente tem dito que não quer privatizar”. O ministro citou o exemplo da Vale do Rio Doce, que foi privatizada em 1997, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. “Eu quero privatizar a Eletrobras, eu quero privatizar Correios, eu quero privatizar todas as outras que sejam possíveis”, disse.

Guedes afirmou também que respeita a decisão de Bolsonaro, pois “o fenômeno eleitoral é ele”. Para Guedes, privatizar essas empresas seria uma maneira de diminuir a dívida pública. “Nós não somos uma geração de covardes que fazem a guerra e jogam a conta para filhos e netos. Nós pagamos uma parte dessa conta”, opinou.

O ministro também comentou a interferência de Bolsonaro na Petrobras. De acordo com Guedes, a atitude de Bolsonaro gerou efeito econômico negativo. Mas o ministro disse respeitar a decisão do presidente. “É compreensível politicamente a atitude. Do ponto de vista econômico o efeito foi ruim. Eu tenho que respeitar o presidente da República, ele diz ‘é isso aqui que eu quero agora’, ele tem o direito”, finalizou.

No fim de fevereiro, os juros futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em alta. As taxas mais longas aumentaram como um reflexo da má percepção de risco de agentes financeiros. O movimento aconteceu após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) interferir na Petrobras e por causa da possibilidade que ele levantou de interferir em outros setores econômicos, como o elétrico. A alta dos juros das T-notes de 10 anos de mais de 1,3% também significou um guia adicional para as taxas, especialmente as de maior prato, que estavam em mais de 20 pontos-base, mas subiram para mais de 30.