A greve dos pilotos, copilotos e comissários de voo entra pelo terceiro dia nesta quarta-feira (21) e segue atingindo uma série de voos e conexões em diversos estados do país. De acordo com os registros mais recentes, há relatos de paralisações em ao menos nove dos mais importantes aeroportos do país.
Desde a última segunda-feira (19), a greve está acontecendo de forma escalonada, com paralisações de parte das equipes das 6h às 8h. Este pequeno intervalo de parada é suficiente para causar algum grau de transtorno para as pessoas que precisam viajar neste final de ano.
Segundo os trabalhadores que estão realizando a greve, a ideia da movimentação é pressionar as companhias aéreas a oferecerem “melhores condições de trabalho” e também um reajuste salarial. Nos últimos dias, várias reuniões entre os dois lados aconteceram, mas não houve qualquer tipo de acordo.
Por volta das 7h30, o painel oficial da Agência Nacional de Aviação (Anac) mostrava a lista de voos que estavam atrasados:
- Congonhas (São Paulo; 3 voos);
- Rio-Galeão (Rio; 4 voos);
- Fortaleza (2 voos);
- Viracopos (Campinas-SP; 2 voos);
- Porto Alegre (1 voo);
- Brasília (1 voo).
Para além destes atrasos ocasionados pela paralisação dos trabalhadores, o painel também registrou atrasos motivados pelas condições climáticas. Foi o caso de 1 voo Congonhas e de 13 voos no Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
Já a lista de voos cancelados por causa da paralisação inclui sobretudo aeroportos nas regiões Sul e Sudeste do país.
- Congonhas (10 voos);
- Santos Dumont (10 voos);
- Porto Alegre (2 voos);
- Viracopos (1 voo).
O aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, estava com o painel fora do ar.
“Movimento vai continuar”
Até aqui, não há uma previsão de encerramento das paralisações em uma primeira vista. Por meio de uma live no YouTube na noite desta terça-feira (20), o diretor presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Henrique Hacklaender, falou sobre o assunto.
“Tivemos um primeiro dia muito bom, um segundo dia que vem crescendo, vem melhorando cada vez mais. E vamos para um terceiro, para um quarto, para um quinto. Quantos forem necessários. As empresas não se posicionaram, não apresentaram nada até o momento e nós precisamos chegar em uma resolução”, disse ele.
Como não há previsão de paralisação da greve, milhares de pessoas que pretendem viajar de avião nos próximos dias para passar o natal em outras regiões, estão cada vez mais preocupadas com a possibilidade de ter problemas em seus voos.
O que dizem as companhias sobre a greve
O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) também publicou uma nota sobre o assunto. Em resumo, os representantes das companhias disseram que as negociações com os trabalhadores estão seguindo.
“É importante reforçar que desde os primeiros dias de outubro deste ano, o SNEA iniciou as negociações com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) para preservar os direitos dos tripulantes, estendendo a validade da CCT vigente até o fim das negociações, e garantir as viagens aéreas dos passageiros, especialmente durante a alta temporada”, diz a nota,
“Além disso, após encerrada as negociações diretas entre sindicatos, no último fim de semana, as companhias aéreas acataram uma proposta de mediação elaborada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), mas a proposta foi rejeitada pelo SNA.”