Milhares de brasileiros que precisam de atendimento presencial em agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) podem estar com problemas nesse momento. Especificamente nessa terça-feira (20), se completa a marca de 40 dias da greve de parte dos servidores da autarquia.
Os representantes dos trabalhadores pedem uma série de melhorias ao governo federal. A principal delas seria um aumento salarial já para esse ano de 2024. O governo federal, no entanto, diz que não tem condições de conceder esse reajuste esse ano, e promete conceder aumentos a partir do próximo ano.
No meio do impasse envolvendo o governo federal e os representantes dos servidores, estão os cidadãos brasileiros. Muitos deles não conseguem realizar boa parte dos serviços presenciais que estavam agendados para as últimas semanas.
Desde o início da greve, ainda em 10 de julho, o número de pedidos de reconhecimento inicial de direitos saltou de 1,3 milhão para 1,5 milhão, uma alta de 11,27%.
Ainda de acordo com as informações oficiais, desde o início do movimento grevista, já foram remarcadas quase 4 mil perícias médicas presenciais, e cerca de 100 mil pessoas deixaram de ser atendidas.
Greve do INSS tem data para acabar?
Não dá para dizer que os representantes do governo federal e de servidores não estejam tentando encontrar uma solução. Na última semana, foram ao menos três reuniões para tentar chegar em um acordo e acabar com o movimento grevista o quanto antes.
Mas nada foi feito na prática. De acordo com as informações oficiais, o INSS tentou encontrar uma solução, mas os servidores não aceitaram as propostas que foram apresentadas pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos.
Desse modo, o que dá para dizer nesse momento é que a greve dos servidores do INSS segue acontecendo normalmente, sem prazo para chegar a um fim.
Governo minimiza movimento
Do ponto de vista do governo federal, uma nota lançada nessa semana indica que há uma tentativa de minimizar o movimento grevista. Entre outros pontos, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos apresentou números para indicar que apenas uma minoria teria aderido ao movimento.
“Segundo registro do sistema de frequência do servidor, nesta segunda-feira, até às 11h, 3.292 pessoas aderiram ao movimento de paralisação, o que representa 18,5% do quadro de servidores no Brasil. O número de Agências da Previdência Social no país chega a 1.572. Desse total, 183 estão fechadas”, disse o Ministério.
“A proposta oferecida ao INSS é igual à oferecida para a Perícia Médica Federal, 18% de reajuste. Isso significa que em 4 anos do governo do presidente Lula nós teremos concedido mais de 28% de reajuste salarial, isso recompõe a inflação. Não teremos 28% de inflação nos próximos quatro anos. Ainda que em pequena monta, haverá uma recomposição de uma conta de governos anteriores”, sinalizou o secretário do Regime Geral de Previdência Social do Ministério da Previdência Social, Adroaldo da Cunha Portal.
O que dizem os servidores do INSS
Os servidores que seguem em greve do INSS, afirmam que o governo não estaria cumprido com as suas promessas e obrigações.
“O governo apresenta uma alteração ali na tabela, mas sem impacto financeiro. No final, acaba sendo menor do que apresentada na mesa anterior. É uma mesa para discutir carreira e salário, e ele simplesmente se recusa a discutir carreira e continua descumprindo o acordo de greve de 2022. Então, não tem acordo”, disse Thaize Antunes, diretora da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps).
As instituições que participam do movimento são:
- Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps);
- Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS/CUT);
- Sindicato dos Servidores Federais em Saúde, Trabalho e Previdência no Distrito Federal (Sindsprev/DF);
- Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal e Federação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef/Fenadsef);
- Sindicato dos Trabalhadores do Seguro e Previdência Social no Estado São Paulo (SINSSP-BR); e
- Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Saúde, Trabalho e Previdência Social do Rio Grande do Sul (Sindisprev-RS).