Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, confirmou nesta semana que procuraria negociar junto às instituições financeiras uma redução na taxa de juros referente ao rotativo do cartão de crédito.
A saber, o rotativo do cartão de crédito é uma linha de crédito pré-aprovada que também inclui saques da função de crédito. No caso de inadimplência do cliente, o banco deve parcelar o saldo devedor ou fornecer outro método de pagar a dívida que seja mais favorável no período de 30 dias.
Ao se reunir com representantes de bancos para discutir os juros cobrado no crédito rotativo, Haddad destacou: “Hoje já vamos discutir alternativas”, afirmou. O atual desenho do rotativo, disse o ministro, está prejudicando a população de baixa renda. “Boa parte do pessoal que está no Serasa é por conta do cartão de crédito”, disse. “Não só, mas também.”
“O desenho [do crédito do cartão rotativo] está prejudicando muito a população de baixa renda. Uma boa parte do que pessoal que está no Serasa hoje é por conta do cartão de crédito. Não só, mas é também por cartão de crédito. E as pessoas não conseguem sair do rotativo. É preciso encontrar um caminho negociado como fizemos com a redução do consignado dos aposentados”, declarou a jornalistas.
Conforme o Banco Central (BC), a taxa média anual de juros cobrados nas transações com cartão de crédito rotativo totalizaram 417,4% ao ano em fevereiro. Trata-se do aumento mais alto desde agosto de 2017 (com anual composto por, 428%).
Em resumo, a taxa de juros do rotativo do cartão de crédito pesa bastante no bolso do consumidor. O conselho dos economistas é que os clientes de bancos devem pagar a conta completa a cada mês.
As estatísticas do BC indicam que o número de empréstimos para cartão de crédito rotativo concedido aos indivíduos aumentou 22% até 2022 e um novo registro foi estabelecido.
Um dos programas de Governo Federal que buscam destravar o crédito é o “Desenrola“. Em resumo, trata-se de uma promessa que Lula fez durante sua campanha, no intuito de renegociar as dívidas dos brasileiros.
Com isso, os credores oferecerão descontos a pessoas com CPF negativados a fim de pagarem suas dívidas. O programa, de acordo com Haddad, já foi endossado pelo presidente, mas ainda está esperando um sistema para gerenciar negociações de dívidas.
“O modelo do Desenrola foi validado, o desenvolvimento do sistema será contratado e vamos lançar o programa quando o sistema estiver pronto.”, afirmou o Fernando Haddad.
O BC informou que o endividamento aumentou a quantidade de renda acumulada em um determinado período em 48,8%, referente aos 12 meses até fevereiro deste ano. O registro histórico do BC para esta estatística começa em janeiro de 2005.
Em fevereiro de 2020, antes da Covid-19, a dívida total das famílias era de 41,8%. Contudo, ao mesmo tempo, a taxa de inadimplência média registrada pelos bancos nas operações de crédito subiu de 3,2%, em janeiro, para 3,3% em fevereiro deste ano. É a maior desde fevereiro de 2018 (3,4%).
Assim, a alta porcentagem de juros do rotativo do cartão de crédito é paga em um momento de elevado endividamento doméstico, diminuindo a capacidade da população de consumir e levando à inadimplência.