A semana começou com uma grande vitória para os brasileiros. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a cesta básica ficou mais barata em 13 das 17 capitais pesquisadas em março de 2023.
Isso quer dizer que boa parte dos consumidores do país que foram aos supermercados no mês passado conseguiu aproveitar preços um pouco menores. Aliás, isso aconteceu em fevereiro, quando os valores também recuaram em 13 capitais.
Confira os locais que registraram queda no valor da cesta básica em março:
- Recife: -4,65%;
- Belo Horizonte: -3,72%;
- Brasília: -3,67%;
- Fortaleza: -3,49%;
- João Pessoa: -3,42%;
- Goiânia: -2,05%;
- Natal: -1,78%;
- Vitória: -1,42%;
- Rio de Janeiro: -1,39%;
- Aracaju: -1,24%;
- Salvador: -0,92%;
- Florianópolis: -0,63%;
- Campo Grande: -0,11%.
Em contrapartida, os valores da cesta básica subiram em quatro capitais: Porto Alegre (0,65%), São Paulo (0,37%), Belém (0,24%) e Curitiba (0,13%). No entanto, os avanços foram bastante tímidos, indicando que as quedas nos preços puderam ser mais visíveis para os consumidores.
Cesta básica mais cara do país
Após o acréscimo das variações de março, a cesta básica de São Paulo seguiu como a mais cara do país. Em síntese, os moradores da capital paulista tiveram que desembolsar R$ 782,23 no mês passado para adquirir uma cesta básica na região.
Esse valor correspondeu a 60,1% do salário mínimo vigente no país (R$ 1.302). Em outras palavras, o trabalhador do país que recebia o piso nacional em março, e morava em São Paulo, gastou mais da metade da sua renda para adquirir uma cesta básica.
Por esta razão, milhares de pessoas são obrigadas a reduzirem os custos com as demais despesas, visto que sobra pouco do salário para ser utilizado. Inclusive, muitos itens e serviços importantes se encaixam nessa “sobra”, como contas de luz e água, aluguel, prestação de casa, carnês de loja, entre outros gastos comuns entre os brasileiros.
Salário mínimo ideal surpreende
O Dieese não revelou apenas a variação nos preços da cesta básica em fevereiro de 2023. A entidade também estimou qual seria o salário mínimo ideal do Brasil. Para isso, levou em consideração o valor da cesta básica mais cara do país no mês passado, que foi a de São Paulo.
Nesse caso, o piso salarial deveria ter sido de R$ 6.571,52 em março, valor 5,05 vezes maior que o salário mínimo vigente à época. Em março de 2022, o mínimo necessário foi de R$ 6.394,76, valor 5,28 vezes superior ao piso que vigorava na época (R$ 1.212).
A pesquisa também mostrou que para um trabalhador atuante em São Paulo conseguisse adquirir produtos da cesta básica foi necessário um tempo médio laboral de 132 horas e 10 minutos em março.
Embora a média nacional também tenha ficado bastante elevada no mês passado, não chegou ao mesmo patamar que o de São Paulo. Segundo o Dieese, o tempo a ser trabalhado no país para adquirir uma cesta básica em março foi de 112 horas e 53 minutos.
Em resumo, o valor da cesta básica se refere ao conjunto de alimentos básicos, que são aqueles necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês. O cálculo do Dieese considera uma família composta por dois adultos e duas crianças.
Ainda vale destacar que o Dieese levou em consideração os descontos referentes à Previdência Social, de 7,5%. Dessa forma, conseguiu chegar a um valor bastante aproximado do necessário para as pessoas terem uma vida digna no país.
Descubra qual capital teve a cesta básica mais barata
Ainda considerando o levantamento do Dieese, confira quais foram os locais que apresentaram valores menores que o de São Paulo para a cesta básica em fevereiro:
- São Paulo: R$ 782,23;
- Porto Alegre: R$ 746,12;
- Florianópolis: R$ 742,23;
- Rio Janeiro: R$ 735,62;
- Campo Grande: R$ 719,15;
- Vitória: R$ 699,16;
- Brasília: R$ 693,32;
- Goiânia: R$ 680,92;
- Curitiba: R$ 679,76;
- Belém: R$ 664,54;
- Belo Horizonte: R$ 654,57;
- Fortaleza: R$ 647,92;
- Natal: R$ 615,03;
- Salvador: R$ 591,40;
- João Pessoa: R$ 579,57;
- Recife: R$ 578,73;
- Aracaju: R$ 546,14.
No caso de Aracaju, que teve a cesta básica mais barata do país em março, assim como nos últimos meses, o valor dos alimentos básicos comprometeriam 41,9% do salário mínimo, taxa bem menor que a de São Paulo. Aliás, essa não foi a única diferença entre estes locais.
Quem mora em Aracaju precisou trabalhar 92 horas e 17 minutos em março para adquirir uma cesta básica. A saber, em São Paulo, a pessoa precisou trabalhar quase 40 horas a mais para comprar os mesmos produtos.
Por fim, caso a cesta básica de Aracaju fosse a mais cara do país, sendo utilizada pelo Dieese para determinar o salário mínimo ideal, os brasileiros deveriam ter um piso de R$ 4.588,13, valor 30,2% menor que o mínimo ideal em comparação a cesta de São Paulo.