A semana está chegando ao fim com uma grande notícia para os brasileiros. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a cesta básica ficou mais barata em 13 das 17 capitais pesquisadas em julho de 2023.
Isso quer dizer que boa parte dos consumidores pagaram um pouco mais barato para adquirir itens da cesta básica nos supermercados no mês passado. Aliás, o resultado é melhor que o observado em maio e junho, quando os valores caíram em 11 e 10 capitais, respectivamente.
Confira as variações em todos os locais pesquisados em julho:
Unidade Federativa | Variação |
Porto Alegre | 0,47% |
Fortaleza | 0,05% |
Brasília | 0,04% |
Salvador | 0,03% |
Rio de Janeiro | -0,39% |
Belo Horizonte | -0,49% |
Belém | -1,44% |
Curitiba | -1,56% |
São Paulo | -1,67% |
Goiânia | -1,74% |
Vitória | -2,43% |
Natal | -2,95% |
Florianópolis | -3,22% |
Aracaju | -3,51% |
João Pessoa | -3,90% |
Campo Grande | -4,37% |
Recife | -4,58% |
O maior avanço foi registrado em Porto Alegre, mas a alta foi bem tímida, assim como aconteceu nas outras três capitais que registraram alta nos preços da cesta básica em julho. Por outro lado, os 13 locais restantes tiveram queda nos preços, para alívio dos consumidores.
Com o acréscimo das variações de junho, a cesta básica de Porto Alegre assumiu a primeira posição e foi a mais cara do país. Em síntese, os moradores da capital gaúcha tiveram que desembolsar R$ 777,16 no mês passado para adquirir uma cesta básica na região.
Esse valor correspondeu a 58,9% do salário mínimo vigente no país (R$ 1.320) em julho. Assim, o trabalhador que recebia o piso nacional no mês passado, e morava em Porto Alegre, gastou muito para adquirir uma cesta básica.
Por esta razão, milhares de pessoas são obrigadas a reduzirem os custos com as demais despesas, visto que sobra pouco do salário para ser utilizado em qualquer outra coisa. Inclusive, muitos itens e serviços importantes se encaixam nessa “sobra”, como, por exemplo, contas de luz e água, aluguel, prestação de casa e carnês de loja.
Cabe salientar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elevou o salário mínimo no país no dia 1º de maio, para R$ 1.320. Até abril, o piso nacional salarial era de R$ 1.302. Caso esse valor continuasse em vigor, a cesta básica de Porto Alegre corresponderia a 59,6% do salário mínimo.
Em junho, São Paulo havia tido a cesta básica mais cara do país. Isso mudou neste mês por causa das variações registradas, com Porto Alegre registrando a maior alta mensal, enquanto o valor em São Paulo caiu no mês.
O Dieese não revelou apenas a variação nos preços da cesta básica em julho de 2023. A entidade também estimou qual seria o salário mínimo ideal do Brasil. Para isso, levou em consideração o valor da cesta básica mais cara do país no mês passado, que foi a de Porto Alegre.
Nesse caso, o piso salarial deveria ter sido de R$ 6.528,93 em julho, valor 4,95 vezes maior que o salário mínimo vigente no país. Em julho de 2022, o mínimo necessário deveria ter sido de R$ 6.578,41, valor 4,98 vezes superior ao piso que vigorava na época (R$ 1.212).
A pesquisa também mostrou que para um trabalhador atuante em Porto Alegre conseguisse adquirir produtos da cesta básica foi necessário um tempo médio laboral de 129 horas e 32 minutos em julho.
Embora a média nacional também tenha ficado bastante elevada no mês passado, não chegou ao mesmo patamar que o de Porto Alegre. Segundo o Dieese, o tempo a ser trabalhado no país para adquirir uma cesta básica em julho foi de 111 horas e 08 minutos, tempo inferior ao de junho (113 horas e 19 minutos).
Em resumo, o valor da cesta básica se refere ao conjunto de alimentos básicos, que são aqueles necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês. O cálculo do Dieese considera uma família composta por dois adultos e duas crianças.
Ainda vale destacar que o Dieese levou em consideração os descontos referentes à Previdência Social, de 7,5%. Dessa forma, conseguiu chegar a um valor bastante aproximado do necessário para as pessoas terem uma vida digna no país.
Ainda considerando o levantamento do Dieese, confira quais foram os locais que apresentaram valores menores que o de São Paulo para a cesta básica em julho:
Unidade Federativa | Preço da Cesta Básica |
Porto Alegre | R$ 777,16 |
São Paulo | R$ 769,95 |
Florianópolis | R$ 746,66 |
Rio de Janeiro | R$ 738,12 |
Campo Grande | R$ 698,31 |
Curitiba | R$ 690,31 |
Brasília | R$ 687,58 |
Vitória | R$ 674,54 |
Fortaleza | R$ 661,50 |
Goiânia | R$ 657,71 |
Belo Horizonte | R$ 652,78 |
Belém | R$ 650,42 |
Natal | R$ 613,64 |
Salvador | R$ 596,04 |
Recife | R$ 592,71 |
João Pessoa | R$ 581,31 |
Aracaju | R$ 547,22 |
No caso de Aracaju, que teve a cesta básica mais barata do país em julho, assim como vem acontecendo nos últimos meses, o valor dos alimentos básicos comprometeu 41,4% do salário mínimo, taxa bem menor que a de Porto Alegre, mas ainda bastante elevada. Aliás, essa não foi a única diferença entre estes locais.
Quem estava morando em Aracaju em junho precisou trabalhar 91 horas e 12 minutos para adquirir uma cesta básica. A saber, em Porto Alegre, a pessoa precisou trabalhar 8 horas e 20 minutos a mais para comprar os mesmos produtos no mês.
Por fim, caso a cesta básica de Aracaju fosse a mais cara do país, sendo utilizada pelo Dieese para determinar o salário mínimo ideal, os brasileiros deveriam ter um piso de R$ 4.597,20, valor 29,6% menor que o mínimo ideal em comparação à cesta de Porto Alegre.