O Brasil registrou 36,8 milhões de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado no trimestre móvel de dezembro de 2022 a fevereiro de 2023. Esses dados excluem os trabalhadores domésticos, cujos números também foram pesquisados.
Em resumo, o número se manteve estável em relação ao trimestre móvel anterior. Já na comparação com o trimestre móvel encerrado em fevereiro de 2023, houve um crescimento de 6,4% (acréscimo de 2,2 milhões de pessoas).
Embora o percentual de trabalhadores com carteira assinada não tenha aumentado na base trimestral, os números seguem positivos. Isso porque a estabilidade da taxa sinaliza que não houve redução na quantidade de empregados formais no país.
Vale destacar que a pandemia da covid-19 derrubou os números em 2020, e o mercado de trabalho ainda se recuperava em 2021. Por isso que houve um crescimento expressivo do número de trabalhadores formais na comparação anual, mas estabilidade na base trimestral.
Empregados sem carteira assinada
Por sua vez, o número de empregados sem carteira de trabalho caiu 2,6% em relação ao trimestre móvel anterior, o que representa uma redução de 349 mil pessoas nessa situação.
No período, o Brasil somou 13 milhões de pessoas com uma ocupação informal. Em síntese, esse nível é bastante elevado, mas fica abaixo dos 13,4 milhões observados no trimestre móvel de agosto a outubro de 2022, maior número já registrado na série histórica, que teve início em 2012
Já na comparação com o trimestre móvel de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022 houve um crescimento de 5,5% (acréscimo de 678 mil de pessoas). Apesar do crescimento expressivo, vale destacar a perda de ritmo, com um número menor de pessoas passaram a fazer parte do grupo de trabalhadores informais do país.
A propósito, os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Trabalhadores por conta própria e domésticos
Além disso, o IBGE informou que havia 25,2 milhões de trabalhadores por conta própria no país no trimestre móvel encerrado em fevereiro deste ano. Esse valor ficou 1,2% menor que o registrado no trimestre encerrado em novembro de 2022 (menos 301 mil pessoas). Já na base anual, a taxa se manteve estável.
O IBGE ainda revelou que o número de trabalhadores domésticos chegou a 5,8 milhões no período. A taxa se manteve estável em relação ao trimestre anterior, mas cresceu 4,5% em relação ao trimestre móvel encerrado em novembro de 2021 (acréscimo de 255 mil pessoas).
Nesta sexta-feira, o IBGE reportou que a taxa de desemprego no Brasil cresceu 0,5% no trimestre móvel encerrado em fevereiro de 2023, chegando a 8,6%. Por outro lado, o número de pessoas desocupadas caiu 2,6 pontos percentuais na base anual.
A PNAD Contínua também mostrou que o rendimento real habitual do trabalhador cresceu 7,5% em um ano, para R$ 2.853. Em números reais, o trabalhador passou a receber R$ 199 a mais no país, visto que o rendimento médio era de R$ 2.654 um ano atrás.
Veja os setores que mais geraram empregos
O levantamento ainda informou quais setores geraram mais empregos no trimestre móvel de dezembro de 2022 a fevereiro de 2023. Em resumo, nenhum dos dez grupamentos pesquisados fechou o trimestre móvel com saldo positivo, na comparação com o trimestre móvel anterior.
Em contrapartida, quatro grupamentos fecharam vagas formais no período: administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-2,7%, ou menos 471 mil pessoas), indústria geral (-2,7%, ou menos 343 mil pessoas), agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-2,3%, ou menos 202 mil pessoas) e outros serviços (-3,2%, ou menos 171 mil pessoas).
“No caso dessa atividade [administração pública], a retração tem relação com os setores de saúde e, principalmente, de educação. É possível observar, ao longo da série histórica, que no início de cada ano, há dispensa especialmente dos trabalhadores sem carteira contratados pela administração pública de forma temporária”, explicou Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad Contínua.
De acordo com o IBGE, os outros seis grupamentos que não tiveram variações significativas em relação ao trimestre móvel anterior foram:
- Alojamento e alimentação;
- Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas;
- Construção;
- Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas;
- Serviços domésticos;
- Transporte, armazenagem e correio.
Cinco grupos criam vagas no comparativo anual
Embora o resultado trimestral tenha indicado estabilidade e queda de vagas criadas, não foi isso o que aconteceu na base anual. A saber, cinco dos dez grupamentos registraram aumento na criação de vagas.
Veja abaixo os números de empregos criados nos últimos 12 meses até fevereiro:
- Administração pública (+802 mil);
- Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (+604 mil);
- Informação, comunicação e afins (+588 mil);
- Transportes, armazenagem e correio (+509 mil);
- Outros serviços (+313 mil).
Por outro lado, o grupamento de agricultura, pecuária e afins registrou o fechamento de 406 mil postos de trabalho no período. Já os grupamentos de alojamento e alimentação, construção, indústria e serviços domésticos não tiveram variações significativas em um ano.