O preço da gasolina caiu novamente nos postos do país, aliviando um pouco mais o bolso dos motoristas. De acordo com o levantamento semanal realizado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a gasolina ficou 0,71% mais barata nas bombas nesta semana.
Com isso, o preço médio nacional caiu de R$ 5,63 para R$ 5,59. Embora a redução tenha sido apenas de quatro centavos, os motoristas do país comemoraram a notícia.
Vale destacar que a gasolina poderia estar ainda mais cara no Brasil devido à reoneração dos impostos sobre o combustível. No entanto, os reajustes promovidos pela Petrobras conseguiram limitar o avanço dos preços.
Gasolina está mais cara em julho
A ANP realiza a coleta de preços dos combustíveis em milhares de postos do país desde 2004. Dessa forma, divulga o valor médio nacional de comercialização da gasolina, do etanol e do diesel. A entidade ainda revela os preços médios estaduais e regionais, ajudando os motoristas a conferirem a evolução dos valores dos combustíveis nas bombas.
Em julho, o preço da gasolina subiu no Brasil, para tristeza dos consumidores. Na semana encerrada em 1º de julho, o valor médio nacional do combustível está em R$ 5,36. Contudo, nesta semana, o valor ficou em R$ 5,59, apesar da segunda redução consecutiva. Isso quer dizer que a gasolina está 23 centavos mais cara em relação a junho, alta de 4,3%.
A alta pode até parecer pequena, mas os motoristas não abastecem o tanque de combustível apenas com um ou dois litros. Em outras palavras, o encarecimento dos combustíveis pode pesar de maneira significativa na renda das famílias do país, mesmo que as altas não pareçam muito expressivas.
Impostos encarecem gasolina
A gasolina começou a ficar mais cara no Brasil em março, quando o Governo Federal voltou a cobrar parte das alíquotas dos impostos federais PIS/Pasep e Cofins que incidiam sobre gasolina, álcool, querosene de aviação e gás natural. A reoneração ocorreu após o governo prorrogar a isenção desses impostos por dois meses, em janeiro e fevereiro.
Em junho, uma mudança aprovada pelo Ministério da Fazenda em relação ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que incide sobre os combustíveis elevou o preço da gasolina.
Em síntese, os estados definiam alíquotas de ICMS que iriam incidir sobre o litro da gasolina. No entanto, a partir de junho, houve a “unificação” da alíquota, que passou a ser de R$ 1,22 sobre o litro do combustível em todo o país. Isso foi muito ruim para os brasileiros, pois a maioria dos estados aplicava alíquotas menores que R$ 1,22.
Já em julho, os preços da gasolina subiram novamente devido à reoneração dos combustíveis. Em resumo, o governo Lula (PT) retomou a cobrança integral de tributos federais PIS/Pasep e Cofins sobre a gasolina e o etanol no início deste mês, após prorrogar por mais quatro meses a desoneração parcial sobre esses combustíveis, até o final de junho.
Reajustes da Petrobras limitam alta dos preços
A gasolina segue com um preço muito elevado no país, mas o patamar poderia estar ainda mais alto. Isso só não está acontecendo graças à Petrobras, que já reajustou o preço do combustíveis em várias ocasiões nos últimos meses.
A saber, a companhia reduziu em 12,6% o valor da gasolina em meados de maio, redução que correspondeu a 40 centavos por litro. Já em meados de junho, houve uma nova redução, de 4,3%, que correspondeu a 12 centavos. Mais recentemente, no dia 1º de julho, o reajuste foi de 14 centavos.
O preço da gasolina ficou 66 centavos mais barata nos últimos dois meses no país, caindo para R$ 2,52. Esse valor se refere ao combustível comercializado para as distribuidoras do país, ou seja, não chega em sua totalidade ao consumidor final.
Na verdade, os postos de combustíveis repassam apenas parte dos reajustes promovidos pela Petrobras, pois há outras variáveis que encarecem os preços dos combustíveis, como mão de obra, margem de lucro e custos operacionais, por exemplo.
De toda forma, a Petrobras conseguiu limitar o encarecimento da gasolina, que poderia ter subido bem mais por causa dos combustíveis. Por outro lado, os consumidores não conseguiram aproveitar toda a redução promovida pela companhia porque os valores se referem às distribuidoras.
Gasolina fica mais barata na semana
Nesta semana, o preço do combustível ficou mais barato em quatro regiões brasileiras, com destaque para o Sudeste, onde o valor caiu oito centavos, dobro do reajuste nacional. A única exceção foi o Nordeste, mas o preço subiu apenas um centavo.
Além disso, a ANP revelou que o preço médio da gasolina caiu em 16 das 27 unidades federativas (UFs). Os maiores recuos foram registrados no Distrito Federal (17 centavos), no Maranhão (dez centavos) e no Rio de Janeiro (dez centavos). Em contrapartida, os valores subiram em sete estados, destacando-se Bahia (dez centavos) e Sergipe (dez centavos).
Com isso, os valores médios mais altos da gasolina foram registrados nos seguintes estados:
- Acre: R$ 6,37;
- Amazonas: R$ 6,30;
- Rondônia: R$ 6,07;
- Tocantins: R$ 5,97;
- Bahia: R$ 5,95;
- Roraima: R$ 5,95;
- Ceará: R$ 5,91.
Cabe salientar que os valores médios ficaram estáveis nesta semana no Acre, no Amazonas e em Rondônia, únicos estados a apresentarem preços acima de R$ 6,00 no país, e todos da região Norte. Já Tocantins e Roraima, também estados nortistas, tiveram alta dos preços na semana.
Por outro lado, os menores valores foram encontrados nas seguintes UFs:
- Amapá: R$ 5,28;
- Mato Grosso do Sul: R$ 5,29;
- Minas Gerais: R$ 5,33;
- Maranhão: R$ 5,38;
- São Paulo: R$ 5,39;
- Distrito Federal: R$ 5,44.