Atualmente, o governo prepara a migração do cartão cidadão, meio de pagamento do Bolsa Família, para a poupança social digital da Caixa, que foi utilizada para concessão do auxílio emergencial.
A medida também reforçará um ativo da Caixa, que será usado a seu favor em futura abertura de capital das suas operações digitais.
De acordo com um documento interno do Ministério da Cidadania, a transição envolverá a prorrogação de um contrato firmado em 2019, até abril do ano que vem, ao custo de 210,9 milhões de reais.
O novo valor considerou características específicas do Bolsa Família e do seu público, que continuará a buscar canais físicos para a realização dos saques do benefício, o que implica mais custos para o banco em relação a transporte de dinheiro e remuneração paga a lotéricas.
A finalidade da poupança digital é disponibilizar aos beneficiários serviços que já valiam para o cartão cidadão da Caixa, como saques no próprio banco, em agências lotéricas ou caixas eletrônicos.
Com isso, os clientes vão contar com os recursos do banco digital da Caixa, podendo realizar transações e pagamentos de contas pelo aplicativo numa conta que não cobrará tarifa.
“Muitos recebiam o Bolsa Família, mas não tinham conta em nenhum banco. Agora têm uma opção a mais. De graça. E quem usar o banco digital, será uma despesa menor para a Caixa e para o governo”, afirmou uma das fontes.
Guedes revela plano para o Bolsa Família
Paulo Guedes, ministro da Economia, afirmou que o plano do governo para o auxílio emergencial é encerrá-lo em dezembro deste ano, com retorno ao Bolsa Família como programa de transferência de renda.
“A resposta hoje, se você perguntar assim, qual o plano para o auxílio emergencial? Remoção gradual… acaba o auxílio emergencial. Que já foi 600, caiu pra 300 e ele acaba, nós voltamos para o Bolsa Família”, disse Guedes durante um evento online organizado pela Abras.
O ministro informou que esse é o plano A, tendo em vista que o surto de coronavírus está diminuindo no país e a economia, reagindo. De acordo com o cronograma de pagamento do auxílio emergencial, a última parcela será paga em 31 de dezembro.
Ainda, durante a sua participação, Guedes afirmou que, caso haja uma segunda onda de coronavírus chegue no país, o auxílio deverá ser mantido e um novo estado de calamidade pública será decretado.
Entretanto, o ministro afirmou que o gasto do governo será menor em um novo enfrentamento ao vírus, ficando por volta de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 10% do PIB neste ano.
“Nossa hipótese de trabalho é ir retirando os estímulos, é o que estamos fazendo, era 600 (reais), baixa para 300, depois aterrissa ali na frente ou numa versão do Renda Brasil, de renda básica, ou no próprio Bolsa Família que existia antes”, disse.