O Governo Federal quer distanciar ao máximo a sua imagem da Reforma Administrativa que está em análise no Congresso Nacional. Pelo menos essa é a informação do jornal O Estado de São Paulo. De acordo com a notícia, o Planalto não quer arriscar perder ainda mais popularidade.
Explica-se: é que a Reforma Administrativa mexe diretamente com os direitos trabalhistas dos funcionários públicos do Brasil. Um dos pontos de maior polêmica é justamente a retirada do processo de estabilidade para esses funcionários no país.
O mercado está de olho na aprovação dessa Reforma. É que se entende que esse texto pode acabar fazendo com que o estado diminua de tamanho. Em outras palavras, o Governo passaria a gastar menos com esses funcionários públicos. Pelo menos essa é a promessa.
Ainda de acordo com o Estadão, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, se reuniu com o Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para tratar justamente deste assunto na semana passada. Pacheco teria ouvido de Guedes que o Presidente Jair Bolsonaro não está disposto a apoiar a aprovação da Reforma.
Ou pelo menos ele não quer fazer isso publicamente. É que vários pontos do texto são notadamente impopulares por justamente mexer nos direitos dos trabalhadores. E diante dos índices de reprovação do Presidente, ele não estaria querendo anexar seu nome a mais uma reforma.
Reação no Senado
O Governo Federal não confirma essa informação do Estadão. No entanto, eles também não negam. E a julgar pelas últimas declarações de Pacheco, o Presidente estaria realmente dando sinais de que não vai apoiar publicamente a aprovação deste texto.
“Há o compromisso do Poder Executivo com a reforma administrativa? Esse é um questionamento que precisamos fazer e ter clareza nessa discussão com a Casa Civil, a Secretaria de Governo e a própria Presidência da República. Se há vontade de fazer uma reforma administrativa em um ano pré-eleitoral ou não”, disse Pacheco.
“Para que não tenhamos uma concentração de energia que será esvaziada em razão de uma iniciativa do governo para não votar. Quero crer que isso não acontecerá, mas é um diálogo que precisamos ter com o governo federal”, completou ele.
Reforma Administrativa
Inúmeros servidores públicos estão prometendo fazer muito barulho para que o Governo desista da aprovação dessa pauta. O principal ponto de crítica desses trabalhadores é que os cortes não atingiriam alguns setores como o dos militares e membros do judiciário, por exemplo.
No entanto, mesmo sem o aval do Planalto, é muito provável que a pauta passe sem maiores problemas. O próprio Presidente da Câmara Federa, Arthur Lira (PP-AL) vem dizendo publicamente que vai trabalhar para que a casa aprove o texto nas próximas semanas.
Essas, aliás, é a mesma visão do Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Os dois são portanto aliados do Presidente Jair Bolsonaro. No entanto, é provável que, ao menos neste ponto, os dois lados fiquem em pontos bem distintos. Pelo menos é essa a visão que se tem até aqui.