O Governo Federal enviou para o Congresso Nacional a proposta de orçamento para o ano de 2022. E um dos pontos que chama atenção no texto em questão é a falta de um plano de reajuste para os servidores públicos. Esse era um ponto que estava em discussão há vários meses dentro do Palácio do Planalto.
De acordo com informações de bastidores, o Presidente Jair Bolsonaro estaria querendo pagar esse reajuste. Principalmente porque o ano de 2022 vai registrar eleições presidenciais. Então essa ideia acabaria fazendo parte do chamado pacote de bondades do presidente às vésperas do período eleitoral.
O fato, no entanto, é que essa ideia não teve o apoio do Ministério da Economia. Ainda de acordo com informações de bastidores, o Ministro Paulo Guedes vinha afirmando que o Governo Federal não poderia bancar mais esse gasto neste momento. Por isso, houve uma certa pressão para que o Palácio do Planalto desistisse desta ideia.
Ainda de acordo com as informações do texto da proposta do Orçamento, o Governo Federal afirma que não vai gastar mais com o Bolsa Família no próximo ano. Este ponto, no entanto, ainda deve passar por mudanças. De acordo com membros do Palácio do Planalto, o programa vai mesmo passar a pagar mais a partir de novembro.
A proposta de orçamento de 2022 também inclui os valores do novo salário mínimo. De acordo com o texto, o patamar subirá dos atuais R$ 1100 para R$ 1147. De acordo com as contas de economistas, esse montante leva em consideração apenas a questão da inflação. Não é portanto um aumento real.
Fundão
Nas redes sociais, alguns deputados criticaram duramente essa proposta de Orçamento do Governo Federal. Talvez a principal crítica gire em torno do dinheiro para os partidos políticos. É o chamado fundão eleitoral.
“Lei Orçamentária do presidente Bolsonaro: salário mínimo 1.147; sem previsão de aumento no bolsa família, sem previsão de reajuste para servidores. Previsão de R$ 2,1 bi pro fundo eleitoral quando só era obrigado a destinar R$ 800 mi. Agora está claro quem pretendia aumentar o fundo”, disse o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM).
Outros parlamentares também fizeram críticas semelhantes. De qualquer forma, pelo menos até a publicação desta matéria, o Governo Federal não tinha respondido a nenhuma dessas reclamações. Pelo menos não de maneira oficial.
Além dos servidores
O fato é que a questão do reajuste dos servidores é apenas um ponto entre tantos que ainda estão em discussão dentro do Palácio do Planalto. De acordo com as informações de bastidores, há uma certa quebra de braço entre diversos grupos.
De um lado, o grupo político mais ligado ao Presidente Jair Bolsonaro quer aumentar ao máximo os valores de programas sociais. Eles estariam de olho nas eleições presidenciais do próximo ano. Embora seja preciso lembrar que o chefe do executivo negue seu suposto interesse eleitoral.
Do outro lado, membros do Ministério da Economia parecem se preocupar mais com a questão fiscal. Eles temem que a aplicação de diversos aumentos possa fazer com que o país acabe quebrando o teto de gastos públicos.