Google encerra sua plataforma de streaming de jogos Stadia

Google encerra sua plataforma de streaming de jogos Stadia

CEO da empresa diz que Stadia não tinha alcançado número competitivo de usuários

O Google anunciou o fim do seu projeto de streaming de jogos, o Google Stadia, lançado em novembro de 2019. Por meio de post no blog da empresa na última quinta-feira (29/9), Phil Harrison, vice-presidente do Google e gerente geral do Stadia, explicou que o serviço não ganhou a adesão esperada dos usuários e a opção foi encerrar o serviço.

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O Stadia surgiu como uma opção para gamers que não tinham um console ou um computador mais potente poderem experimentar os jogos mais recentes. O serviço permitia que o usuário usasse a nuvem para rodar os games, transmitindo o jogo direto para a tela do computador. No entanto, o alto consumo de banda larga, a falta de jogos e o preço do cloud gaming, como era chamado, diminuiu o interesse dos usuários. 

No post, Harrison diz que o serviço não “ganhou a tração com usuários que esperavam” e que por isso “tomaram a difícil decisão de desligar” o Stadia. O executivo até defende o serviço do Google, dizendo que a tecnologia por trás do Stadia transcendia os jogos e que ela se mostrou “escalável”. 

A expectativa é que a tecnologia do serviço possa ser aplicada em outros produtos do Google, como o YouTube e o Google Play. Também há a expectativa do investimento da empresa em realidade virtual e aumentada, além de poder oferecer serviços similares a clientes. 

Google não desistiu dos games 

O Google ainda não deve desistir do mercado de games. Segundo Harrinson, o investimento da empresa em novas ferramentas, tecnologias, plataformas para desenvolvedores, etc., devem continuar. O Google deve recolocar parte dos funcionários do Stadia em outras áreas, mas o executivo não negou que não haverá demissões. 

O encerramento da plataforma será no dia 18 de janeiro de 2023 e o Google já deixou claro que reembolsará os usuários. Os jogos comprados pela plataforma deverão ser reembolsados, assim como os controles adquiridos. Já o valor da assinatura não deverá ser devolvido. 

O Stadia não foi uma estratégia bem sucedida do Google. Lançado há quase três anos, a empreitada se mostrou um pouco à frente do seu tempo, já que as três principais empresas do setor de games não tinham projetos semelhantes na mesma escala. O resultado foi a pouca aderência de jogadores ao serviço. 

A custo de US$ 10 por mês, o Stadia era criticado por ter poucos jogos incluídos em sua assinatura e a necessidade de aquisição separada de games. Além disso, o alto volume de dados na hora da transmissão – os principais jogos do mercado demandam, no mínimo, 10 GB – impediram a adesão dos usuários nos Estados Unidos, onde a internet é limitada a franquia de dados (como é no caso do uso de dados móveis de planos de celular no Brasil). 

No Brasil, o serviço não chegou nem a ficar disponível. 

Mercado competitivo 

O mercado de games é bem competitivo e o investimento em streaming de jogos ainda é incipiente. Quem mais aposta nisso hoje é a Microsoft com o Xbox Cloud Gaming, serviço que ainda está em fase de testes e disponível até no Brasil. Esse serviço pode ser acessado pelos consoles da marca ou por computadores e, mais recentemente, por aparelhos de TV da Samsung – que também aceita o serviço de streaming Nvidia GeForce NOW. 

O foco da empresa parece ser mesmo em serviço, já que ela conta com o Game Pass, serviço de assinatura que permite o download de diversos jogos para consoles (Xbox One, Xbox Series S e Series X) e PC mediante pagamento mensal. 

A Sony, dona do PlayStation, tem apostado mais em serviços parecidos com o Game Pass do que o streaming de jogos. Há tempos os usuários contam com a PlayStation Plus, que trazia a opção de jogar online e alguns jogos gratuitos, e agora podem expandir as opções do serviço com as versões “Extra” e “Deluxe”, que oferecem mais games para jogar. 

Outras empresas de tecnologia têm surgido, mas ainda aos poucos, como o caso do Arcade da Apple e do Luna da Amazon.

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