Um estudo inédito no Brasil encontrou relações entre golpes aplicados na internet, demonstrando que as mulheres são as principais vítimas. Sendo assim, segundo estudo feito pela empresa de cibersegurança NordVPN, 79% das mulheres brasileiras já foram vítimas de algum tipo de golpe envolvendo o Pix durante o ano de 2022.
O estudo também mostrou que 77% das mulheres tiveram suas senhas roubadas, contas privadas invadidas e informações de cartão de crédito roubadas no mesmo período. Além disso, 15% das mulheres de 25 a 44 anos foram vítimas de fraudes financeiras em 2022.
Segundo Maria Eduarda Melo, country manager da NordVPN no Brasil, os dados do estudo indicam que as mulheres também estão vulneráveis na internet. O estudo, no entanto, não demonstrou quais técnicas foram utilizadas pelos criminosos para aplicar esses golpes envolvendo o Pix. Porém, os mais populares envolvem o uso de QR Codes falsos e identidades falsas.
Golpes Pix
Os golpes demonstrados no estudo também podem envolver investimentos, com os golpistas utilizando falsas oportunidades de investimento com altos lucros. Além disso, existe o golpe do suporte técnico, no qual os bandidos passam por técnicos de suporte de algum produto. Por fim, outro golpe comum é chamado de phishing, em que os criminosos criam sites falsos, contendo links e e-mails. Todos esses golpes podem envolver a ferramenta de pagamentos instantâneos, o Pix.
“No caso do phishing, os usuários podem ser solicitados a inserir informações pessoais, incluindo credenciais de login ou detalhes financeiros que os golpistas podem roubar e usar indevidamente”, afirma Maria Eduarda Melo.
O estudo também demonstrou que 72% das mulheres ficam sabendo, pelo menos uma vez por mês, de algum golpe Pix sofrido por pessoas próximas no ano passado. 62% das mulheres, inclusive, ficaram sabendo de casos de perseguição e assédio após o hackeamento de contas de redes sociais. Esse caso envolve um dos principais medos das mulheres, pois possibilita crimes como divulgação de conteúdo íntimo sem permissão e Cyberbullying.
Por que as mulheres estão sofrendo golpes?
Segundo Maria Eduarda Melo, e a advogada de direitos humanos Juliana Bertholdi, o grande número de mulheres sofrendo golpes do Pix não possui uma explicação simples, que envolve fatores sociais, culturais, econômicos e psicológicos.
A advogada afirma, inclusive, que existem poucos estudos relacionando mulheres com violência tecnológica. Desta maneira, fica mais difícil entender os motivos dessa relação com os golpes.
Melo também afirma que, geralmente, as mulheres são menos familiarizadas com a tecnologia, tendendo a utilizar mais as redes sociais o que torna os golpes Pix mais propícios. “Em média, elas tendem a usar redes sociais mais ativamente e compartilhar informações pessoais, o que pode torná-las alvos mais fáceis para golpistas que buscam obter detalhes pessoais”, afirma.
Bertholdi trabalha na área criminal, e explica que, além das mulheres, crianças e idosos são mais procurados pelos golpistas do Pix. “Há um senso comum, baseado de muito preconceito, de que as mulheres serão mais inocentes ou não identificarão o golpe – em parte porque as mulheres são culturalmente entendidas como mais fáceis de serem sensibilizadas, seja num golpe de sequestro envolvendo filhos, seja num pedido de um ‘novo namorado’ para quitar uma conta atrasada”, explica.
De qualquer maneira, é sempre importante conhecer os golpes envolvendo o Pix, e ficar muito atento para não se tornar a próxima vítima.