Um golpe bastante sofisticado de roubo de dinheiro pelo sistema Pix tem despertado a atenção das autoridades policiais em diversas regiões do Brasil. Criminosos agora estão utilizando táticas remotas para desviar fundos das vítimas, inclusive cooptando funcionários terceirizados de empresas de telefonia.
De acordo com informações divulgadas pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil de São Paulo, o golpe do Pix não se limitou apenas à região metropolitana da capital paulista, atingindo também localidades como Santo André, Ribeirão Pires, Caldas Novas (GO), Palmas (TO) e Brasília (DF). Como resposta a essa onda de crimes, as autoridades executaram seis mandados de prisão e outros 11 de busca e apreensão.
O delegado Pablo França, titular da 1.ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e do Grupo de Operações Especiais (GOE) do Deic de Presidente Prudente, destacou a complexidade do golpe. No entanto, o delegado também pontuou que, apesar da sofisticação do ataque, o sucesso do golpe ainda depende em grande parte de descuidos por parte das vítimas.
As autoridades continuam alertando a população sobre a importância de manterem seus dispositivos e informações pessoais seguras e tomar medidas para evitar cair em golpes de roubo de dinheiro pelo Pix. A vigilância é essencial para proteger-se contra fraudes e golpes.
Golpe sofisticado no sistema de pagamentos
De acordo com informações coletadas na investigação, os criminosos escolhiam suas vítimas com base em dados vazados de score de crédito, buscando selecionar alvos que seriam mais rentáveis. Em seguida, a gangue enviava “programas espiões” destinados a invadir os dispositivos móveis das vítimas, utilizando links maliciosos ou outros arquivos fraudulentos.
Quando as vítimas acabavam caindo nas armadilhas estabelecidas pela quadrilha, os criminosos obtinham acesso aos dados bancários das mesmas. Os desvios de dinheiro eram executados a partir de um segundo telefone celular, uma tática que minimizava suspeitas. Para realizar essa parte do golpe, os criminosos contavam com a ajuda de funcionários terceirizados das operadoras de telefonia.
Uma vez que o novo chip estava ativado, a vítima perdia o sinal de telefone em seu próprio celular, mas geralmente não desconfiava de que estava sendo alvo de um golpe. O delegado responsável pelo caso destacou que as vítimas raramente percebiam que o chip havia sido transferido para outro aparelho.
Os golpistas, então, aproveitavam essa oportunidade para acessar o aplicativo bancário no novo dispositivo e realizar transferências de dinheiro por meio do sistema Pix para contas de terceiros. Mesmo se o banco enviasse mensagens de alerta sobre as transações suspeitas, eram os próprios criminosos que recebiam essas notificações.
Como proteger as transações via Pix?
O Pix revolucionou a forma como são realizadas transações financeiras no Brasil, tornando-as mais rápidas e convenientes. No entanto, com essa praticidade vem a responsabilidade de manter as operações Pix seguras. Uma das ameaças mais comuns é a tentativa de phishing, na qual os criminosos enviam links suspeitos para roubar seus dados bancários.
Antes de clicar em qualquer link relacionado ao Pix, é importante verificar sua origem. Os usuários devem ter certeza de que ele seja proveniente de uma fonte confiável, como um site oficial de seu banco ou aplicativo de pagamento. Sendo assim, é importante sempre desconfiar de mensagens de texto ou e-mails que contenham links não solicitados.
É importante lembrar que os bancos e as instituições financeiras geralmente não pedem informações confidenciais por meio de links enviados por mensagem. O Banco Central recomenda que os usuários compartilhem informações sobre essas ameaças no Pix com amigos e familiares para aumentar a conscientização.